O Partido Novo não elegeu nenhum deputado estadual ou federal no Ceará em 2018, mas projeta um bom desempenho nas eleições municipais de 2020. Para isso, vai formar núcleos no Interior do Estado para buscar mais filiados e aumentar as chances de competitividade. Na disputa pela Prefeitura de Fortaleza, o nome cotado é o do empresário Geraldo Luciano, que assumiu a direção estadual do partido em evento realizado na noite desta quinta-feira (21), com a participação do presidente nacional do partido, João Amoêdo.
A estratégia da legenda, que vai se repetir em outros estados, é montar estruturas sólidas nas principais cidades interioranas e abrir processo de inscrição onde existam, pelo menos, 150 filiados. Ações imediatas são entendidas como fundamentais para dar ao Novo mais fôlego e aumentar as chances nas próximas disputas. "Quanto mais cedo a gente começar a se preparar, quanto mais cedo a gente puder começar a definir quem são as pessoas que querem vir e puderem começar a se preparar para o mundo político, melhor", disse João Amoêdo.
Mais filiados
O projeto de estruturação foi apresentado por Geraldo Luciano a Amoêdo, com o objetivo central de aumentar o número de filiados no Estado. "Abrir núcleos nas principais cidades do Interior, realizar eventos ao longo de todo o ano para ver como chegaremos no final do ano e onde a gente pode participar com condições de levar a mensagem do Novo. O trabalho que estamos lançando é de estruturar o partido ao longo desse ano de 2019", disse Luciano.
Apesar do apoio de Amoêdo para que dispute o Palácio de Bispo, o empresário cearense garante que a prioridade é dar "condições de competitividade". "Se o nosso trabalho for bem feito, a gente pode chegar lá para setembro ou outubro deste ano, e não ter um candidato, mas ter três ou quatro pra gente escolher", disse Geraldo Luciano. Questionado novamente se seria pré-candidato, repetiu, rindo: "Três ou quatro candidatos pra gente escolher".
Alianças
Sobre a possibilidade de aliança com outros partidos no Ceará, o presidente nacional do Novo, João Amoêdo, acredita ser "pouco provável", ainda que o estatuto da legenda não impeça a iniciativa. Ele alerta que é necessário um alinhamento com os princípios e valores estabelecidos na sigla.
Em Minas Gerais, o governador do Novo, Romeu Zema, tem enfrentado uma Assembleia Legislativa dividida em, pelo menos, quatro blocos parlamentares: um governista, um oposicionista e dois chamados "independentes". Dentro do Governo, Zema conta com a participação de outros partidos, que faziam parte do que o Novo chama de "velha política". Um dos nomes é o do tucano Custódio de Mattos, responsável pela Secretaria de Governo, e o outro é Germano Luiz Gomes Vieira, que foi secretário do Meio Ambiente no governo Pimentel (PT).
"Lá houve uma preocupação muito grande na montagem do secretariado, de fazer com base em nomes técnicos. A gente teve duas empresas de consultoria ajudando nesse processo, e uma preocupação também foi o seguinte: nós não estamos aqui para ser uma gestão partidária. Só pode ser gente do novo? Se for do PT não pode? Se for do PSDB não pode?", explicou Amoêdo.
Presença
No evento do Novo, nomes já conhecidos da política cearense marcaram presença, como o ex-governador do Ceará, Lúcio Alcântara, filiado ao PSDB, a titular da Seuma na gestão Roberto Cláudio (PDT), Águeda Muniz, e o vereador de Fortaleza, Márcio Martins (PROS).