Candidatos a prefeito de Fortaleza, o democrata Moroni Torgan e o tucano Marcos Cals participaram, ontem à noite, de debate promovido pelo Observatório de Políticas Públicas da Universidade Federal do Ceará
Foto: Kid Júnior
Com o encontro de ontem, já foram quatro os postulantes à Prefeitura da Capital a falar na Universidade
Os candidatos a prefeito de Fortaleza avaliaram a mais recente pesquisa Ibope, encomendada pelo Diário do Nordeste e publicada ontem, como positiva para suas candidaturas e motivadora de mudanças que devem acontecer nas estratégias de campanha. Alguns prefeituráveis alegaram também que o baixo orçamento para o pleito tem impossibilitado ações mais presentes no dia a dia do eleitorado.
Para Roberto Cláudio (PSB), que terá o maior tempo durante a propaganda eleitoral no Rádio e na TV, os 8% que obteve neste levantamento revelam o retrato pontual da campanha, mas avalia que o índice é satisfatório, visto que sua preocupação neste primeiro momento era tornar-se conhecido. O socialista acredita ainda ser o mais expressivo entre todos os candidatos, estando empatado tecnicamente com outros postulantes que já disputaram eleições majoritárias em outros pleitos e, por isso, já conhecidos da população.
O mesmo sentimento é tido por Elmano de Freitas (PT), que aumentou dois pontos e agora aparece empatado com Marcos Cals, do PSDB, com 6% das intenções de votos. O petista frisou ainda que o grande eleitorado ainda não conhece os candidatos e, por isso, é animador estar em crescimento nas pesquisas. "Quando olhamos a margem de erro, vemos que está todo mundo empatado, no mesmo patamar. De alguma maneira, a nossa candidatura está crescendo. A primeira pesquisa e a segunda mostram uma estagnação das candidaturas, por isso que vamos ter posicionamento mais significativo depois da propaganda no Rádio e TV", salientou Elmano, lembrando que Lula estará defendendo sua candidatura durante os programas eleitorais.
Inácio Arruda (PCdoB), assim como os demais candidatos que não têm a seu favor a máquina pública, usou este argumento para o baixo investimento nesta campanha. Segundo ele, as pessoas nas ruas ficaram surpresas quando souberam de sua candidatura, pois o eleitor ainda está distante da realidade do pleito.
Ajustes
Mas o prefeiturável acredita que, se manter os resultados que estão aparecendo, instigando a militância a participar cada vez mais das passeatas, poderá conseguir chegar ao segundo turno. "Você ganha aos poucos. Quando chega perto é que as pessoas participam. Por isso que estamos fazendo uma leitura da pesquisa para poder fazer ajustes de quais são aquelas áreas que devemos estar mais atentos", salientou.
Renato Roseno (PSOL) foi o que teve queda mais expressiva, passando de 10% no último dia 31 de julho para 8%. Ainda assim, o candidato afirmou que a pesquisa demonstrou sua consolidação, além de um potencial de maior desenvoltura na campanha, até por conta do pouco tempo no Rádio e TV. "Somos candidatura de militância, a TV é um convite à militância. A baixa rejeição também foi muito positiva, pois mostra que o eleitor está cansado da atual gestão, já que os candidatos governistas continuam mais em baixo".
Moroni Torgan continua liderando nas duas pontas. Tanto tem o maior índice de aceitação (31%) quanto o de rejeição, chegando a 33%. Para ele, os dados demonstram que as pessoas acreditam no projeto que tem apresentado, e a intenção agora é ir em busca de mais votos, além de tentar diminuir os índices daqueles que não votariam nele.
Limitação
A limitação dessa campanha, com os poucos recursos que ele tem para investir, também são tidos pelo candidato como um entrave, que só irão diminuir com incursões nos bairros de Fortaleza e com os programas em Rádio e TV "Eu acredito que temos muitas limitações. Nosso volume de campanha não é o mesmo dos candidatos que tem apoio de muito dinheiro. Eu tenho dito que as máquinas não ganham eleição em Fortaleza", disse, lembrando que seus índices de rejeição têm diminuído, pois já chegaram a 48%.
Marcos Cals acredita que chegará ao segundo turno e terá sua candidatura impulsionada com os programas em Rádio e TV. Ele afirma que seus 13% de rejeição são insignificantes, pois tem caído em relação a outra pesquisa apresentada. "Quando tiverem o conhecimento das minhas propostas, vão mudar de opinião", pontuou.
Heitor Férrer (PDT) aumentou um ponto em relação ao último levantamento e continua com o menor índice de rejeição: 8% dos entrevistados. Segundo ele, sua campanha, diferente da de outros candidatos, tem sido feita de forma "singela", com poucos recursos. Assim Heitor acredita que o eleitor tem reconhecido o seu trabalho, inclusive do mandato que exerce na Assembleia Legislativa.
De acordo com o pedetista, a meta de sua campanha é já estar em primeiro lugar nas campanhas antes mesmo de iniciar os programas eleitorais na TV, no dia 21 de agosto, por isso, irá intensificar o ritmo de visitas aos bairros, que devem acontecer diuturnamente, a partir de agora. A mobilização de deputados e vereadores também fará parte das estratégia do pedetista de agora em diante.
Os candidatos André Ramos (PPL), Valdeci Cunha (PRTB) e Francisco Gonzaga (PSTU) não atenderam as ligações feitas para comentarem a pesquisa. Os dois primeiros não pontuaram no estudo realizado pelo Ibope, enquanto Francisco Gonzaga manteve os 1%.