A coligação "Frente de Esquerda Socialista", composta pelo PSOL e pelo PCB, lançou ontem, em Fortaleza, o programa de governo que apresentará nas eleições deste ano, com destaque para a área econômica. O candidato ao Palácio da Abolição e presidente estadual do PSOL, Ailton Lopes, conduziu o evento, realizado na sede da legenda, no Centro, acompanhado da candidata a vice, Raquel Lima, e dos candidatos ao Senado, Jamieson Simões e Anna Karina.
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O ato também contou com a participação do deputado estadual Renato Roseno (PSOL), que buscará reeleição, e outros candidatos a deputado estadual e federal dos dois partidos, integrantes de movimentos sociais que apoiam a chapa, como o Fórum Cearense de Mulheres, o MTST e a Unidade Popular pelo Socialismo, além de militantes.
Para a chapa, é preciso "inverter prioridades" na realização de investimentos e "pôr fim ao assalto aos cofres públicos", com críticas à isenção de impostos de empresas. "A gente percebe isso nitidamente quando vê, por exemplo, um quadro de isenção que não é nada transparente, de política fiscal, de mais de R$ 1 bilhão", disse Ailton Lopes. O candidato citou a importância de investimentos em saneamento básico em detrimento de projetos como o Acquario Ceará. "A cada R$ 1 que você investe em saneamento básico, são R$ 4 que economiza nas despesas com saúde pública".
No combate à violência, Ailton Lopes defende a priorização de políticas sociais e, em um terceiro ponto, investimentos em educação, saúde e outras áreas.
Eixos
O documento de 185 páginas, dividido em dez eixos programáticos, aborda, por exemplo, desafios hídricos do Ceará, política de resíduos sólidos, agricultura familiar, política de saúde mental e garantia de esporte, lazer e cultura para jovens, ameaçados pela violência. O combate, segundo ele, deve ser feito com investimento em inteligência e integração de órgãos. "(É preciso) Contratar pesquisadores na área de segurança pública, somando aos profissionais que já existem, criando um centro de altos estudos especializados, prevenindo e integrando com as demais políticas sociais".
A candidata a vice na chapa, Raquel Lima, complementou com a necessidade de "dignidade e o respeito pela população". "É a sobrevivência de cada família que está aí hoje sem trabalho, sem salário, sem uma vida digna de alimentação. As crianças fora da escola e ainda sabemos que tem poucas creches para as mães poderem trabalhar", disse.