Você está aqui: Início Últimas Notícias Autoridades debatem saídas para situação da Santa Casa de Fortaleza
Segundo a parlamentar, a Santa Casa tem atendido a população do Estado há 157 anos, com muita dedicação, e conta com uma equipe médica excelente, mas passa por grandes dificuldades. “É um hospital filantrópico que vem cuidando da saúde dos cearenses de forma humanitária, principalmente dos menos favorecidos”, salientou.
Para o vereador Eron Moreira (PP), membro da Comissão de Saúde e Seguridade Social da Câmara Municipal de Fortaleza, que solicitou a audiência, o debate não visa procurar culpados ou responsabilizar ninguém, mas propor soluções que ajudem a otimizar os atendimentos prestados pela Santa Casa de Misericórdia.
“Destaco aqui pontos que poderiam ser encaminhados desta audiência, como a formação de uma comissão de vereadores para acompanhar de perto o trabalho da Santa Casa, visitando e mantendo conversas com os gestores, para saber se há representação de médicos e demais profissionais de saúde no conselho gestor da instituição”, apontou Eron Moreira.
Ainda de acordo com ele, a alta gestão do hospital poderia se reunir após a audiência com os profissionais médicos da unidade para traçarem um calendário de atividades até o final de 2018, projetando um cronograma de demandas que lhes permitam ter um planejamento orçamentário.
O presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará, Edmar Fernandes, lamentou que os repasses financeiros para a instituição sejam insuficientes para a quantidade de cirurgias que precisam ser realizadas. “Existe uma cota, um dinheiro que chega por mês e é liberado para a realização de cirurgias. Mas, quando chega mais ou menos no décimo dia de cada mês, esse dinheiro acaba e não acontecem mais os procedimentos cirúrgicos”, relatou.
Ele informou ainda que a insatisfação dos profissionais se arrasta há tempos e que uma paralisação dos serviços está prevista. “Já havia sido feita uma paralisação de três dias, que não gerou a sensibilização esperada, e então foi convocada uma assembleia que deliberou uma paralisação de todos os serviços relacionados à cirurgia, a partir de 28 de maio, sem prazo para terminar. É o desespero, o fim de uma tentativa de negociação com Prefeitura e Estado, que não se resolve”, assinalou Edmar Fernandes.
O representante da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Fortaleza, Mozart Rolim, ressaltou que a grave crise econômica por que passa o País precisa ser levada em consideração quando se analisa o repasse de verbas para instituições como a Santa Casa. Para ele, “os gestores de saúde são verdadeiros heróis, por terem que administrar algo tão urgente com tão pouco”.
Ainda segundo Mozart Rolim, a Prefeitura de Fortaleza tem tentado organizar os contratos e repasses com o Ministério da Saúde, recursos do Tesouro Municipal e Estadual e controle de gastos. “Os contratos firmados têm um teto financeiro. Quando esse teto é ultrapassado, precisamos saber como pagar, tanto do ponto de vista legal quanto do ponto de vista de onde vem o dinheiro”, pontuou.
Estiveram presentes ainda à audiência o provedor da Santa Casa, Luiz Marques; o presidente da Comissão de Saúde da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/CE), Ricardo Madeiro; o vereador de Fortaleza José Porto (PRTB), entre outras autoridades.
RG/AT