Durante o evento, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Zezinho Albuquerque (PDT), ressaltou que a caatinga é um bioma frequentemente esquecido nos grandes debates ambientais. Segundo ele, a caatinga ampara diversas atividades econômicas, dos ramos farmacêutico e de cosméticos, por exemplo, além de ser o ambiente onde vivem cerca de 27 milhões de nordestinos.

Portanto, observou o parlamentar, "a Assembleia Legislativa não pode deixar passar em branco o debate sobre esse tema, que é a cara do nosso estado e do Nordeste. Nosso desafio será promover uma segunda conferência ainda mais representativa e com bons encaminhamentos para preservar o bioma”, considerou.

O secretário do Conselho de Altos Estudos e Assuntos Estratégicos da Assembleia Legislativa, Mailson Cruz, lembrou que, na I Conferência, de 2012, foi assinada a Carta da Caatinga, pelos estados presentes. O documento estabelecia metas que os governos deveriam alcançar no sentido de conservar o bioma em seus respectivos estados. “Durante os próximos dias, queremos verificar o que foi apurado de lá para cá e verificar os casos de sucesso, e, a partir daí, avançar nas discussões e estabelecer novas metas”, informou ele.

O secretário estadual do Meio Ambiente, Artur Bruno, lembrou a necessidade de, durante as discussões, encontrar um modelo de desenvolvimento econômico para a região com sustentabilidade. “A caatinga só possui 57% de sua vegetação nativa devido aos processos de desertificação. Precisamos debater isso para que a vegetação não desapareça”, disse.

Artur Bruno informou, ainda, que, em abril, haverá um debate sobre desertificação envolvendo a Organização das Nações Unidas (ONU), o Ministério do Meio Ambiente e diversos países da América do Sul, Latina e Caribe.

Já o jornalista Francisco Bezerra, do Instituto Nordeste XXI, apontou como objetivos principais da II Conferência da Caatinga o lançamento do Observatório da Caatinga e o livro "O Mundo da Caatinga". De acordo com ele, esse laboratório será um centro de estudos e análises de projetos e cases de sucesso da relação entre o homem e a caatinga. Já o livro "O Mundo da Caatinga" será “o mais completo acervo levantado sobre o bioma”.

“O grande desafio proposto na última conferência, em 2012, foi trazer a caatinga para o centro das discussões da Rio +20, o que conseguimos. O próximo passo é tornar essa conferência ainda maior que a primeira e extrair dela encaminhamentos ainda mais práticos”, disse.

Participaram ainda da abertura do evento o secretario de Desenvolvimento Agrário do Estado, Dedé Teixeira, além de representantes da Embrapa Agroindústria Tropical; da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec); das universidades Federal e Estadual do Ceará e do Banco do Nordeste.

A II Conferência da Caatinga é uma realização da Assembleia Legislativa e do Governo do Estado, por meio da Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA), Secretaria do Meio Ambiente (Sema), com apoio do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs); Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama - Superintendência do Ceará) e Banco do Nordeste.

O evento tem como parceiros o Instituto Nordeste XXI, a Fundação Bernardo Feitosa e o Instituto Brasileiro de Administração para o Desenvolvimento (Ibrad). A coordenação é do Conselho de Altos Estudos e Assuntos Estratégicos, órgão que oferece embasamento técnico-científico ao legislativo estadual cearense.

PE/CG