Capitão Wagner e Roberto Mesquita, ontem, em Brasília, no momento da filiação dos dois aos PROS, no gabinete da liderança do partido na Câmara, entre o presidente nacional da sigla, Eurípedes Júnior, e parlamentares
( FOTO: ASSESSORIA DO PROS )
Os deputados estaduais Capitão Wagner e Roberto Mesquita, ontem, assinaram ficha de filiação ao Partido Republicano da Ordem Social (PROS), em um ato simbólico na liderança do partido na Câmara, em Brasília. O presidente nacional do partido, Eurípedes Junior, o líder na Câmara, Felipe Bornier (RJ), e os deputados federais do PROS, inclusive o cearense Vaidon Oliveira, participaram do ato.
Wagner manteve reserva até o momento da filiação. Ontem, poucos momentos antes da solenidade, ele conversou com o deputado Heitor Férrer, mas nada falou sobre o fato. O deputado Roberto Mesquita, seu companheiro de mudança de partido, foi para Brasília na terça-feira, sem também falar no assunto.
O presidente do PROS destacou o crescimento do partido e a chegada dos novos deputados aos quadros da agremiação. "Na política, a gente nunca sabe tudo, e os dois possuem capacidade de contribuir ainda mais com as bandeiras defendidas pela sociedade e apoiadas por nossos representantes", declarou.
Na palavra do líder do PROS na Câmara, o partido só tem a ganhar com o ingresso dos cearenses. "São duas lideranças natas que já fizeram história. O partido está aberto e agradece a entrada dos dois políticos", disse o deputado Felipe Bornier.
Consolidar
Capitão Wagner deixou o Partido da República (PR), após a sigla passar para a base aliada do governador Camilo Santana (PT), sob o comando da deputada federal Gorete Pereira, embora, antes de isso acontecer, ele já demonstrava estar disposto a deixar a sigla, tanto que quando Lúcio Alcântara, o então presidente estadual, lhe ofereceu o lugar ele declinou do posto.
De acordo com o Capitão, a sua vontade em querer disputar o Governo do Estado na eleição de outubro também motivou a desfiliação do PR. "Era inviável estar no partido e saio do PR sem mágoas. Fiz amigos e boas referências e, quem sabe, o partido mais pra frente possa se aliar com a gente", disse.
Ao se filiar ao PROS, o deputado informou que a sua pré-candidatura ao Governo do Ceará já é dada como certa e, a partir de agora, pretende consolidar as alianças partidárias com a oposição no Estado. "Estamos conversando com vários partidos, conseguimos fechar aliança com o PSD e Solidariedade, e o Podemos se colocou como um possível aliado também", declarou.
O PSDB, segundo o Capitão, também deve integrar o apoio à candidatura ao Governo, mas os tucanos ainda não fecharam questão sobre o assunto. "Temos tido conversas com o senador Tasso, ele agora foi confirmado como coordenador geral da campanha nacional e talvez isso afaste ele do Estado, mas fortalece a posição dele no partido. Logicamente o senador é vital e importante pra gente ter um tempo maior na TV, mas também de credibilidade com a população", explicou.
O deputado Roberto Mesquita decidiu sair do PSD e se filiar ao PROS para acompanhar o deputado Capitão Wagner e fortalecer a oposição no Estado. Segundo ele, o Capitão será um forte candidato ao Governo do Ceará. "O deputado pode muito bem ser o nosso candidato ao Governo e estando no mesmo partido que ele estaremos fortalecendo o projeto da oposição", disse o deputado.
A entrada do deputado estadual e de outros nomes, inclusive de vereadores de Fortaleza (o PR elegeu para a Câmara Municipal: Márcio Martins, Soldado Nélio, Idalmir Feitosa e Julierne Sena), a princípio não deve alterar as direções municipal e estadual do PROS. Segundo o presidente nacional, o comando no Ceará seguirá com o deputado federal Vaidon Oliveira.
Roberto Pessoa, vice-prefeito de Maracanaú, e a deputada estadual Fernanda Pessoa, filha dele, também de saída do PR, por serem oposição ao governo Camilo Santana, não acompanharam Wagner, como tinham programado, pelo fato de ele ter decidido ir para o PROS.
Início
O PROS chegou ao Ceará em 2013, imediatamente após a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o considerou apto a ter atuação no País, pelas mãos dos irmãos Cid e Ciro Gomes. Cid era governador do Estado e divergiu da posição do partido em querer ter Eduardo Campos, já falecido, como candidato a presidente da República.
Cid e Ciro são os principais adversários de Wagner. Os irmãos passaram pouco tempo no PROS, por divergências com a direção nacional, e se filiaram ao PDT, garantindo tranquilidade para a candidatura do prefeito Roberto Cláudio à reeleição em 2016. Em 2012, o prefeito foi eleito pelo PSB. (Colaborou Ana Carolina Curvello)