Filha e neta de músicos, Zezé Gonzaga herdou o dom artístico da mãe, Oraíde, que era flautista, e do pai, Rodolpho, fabricante de instrumentos musicais. O pai chegou até a fabricar um instrumento musical para o compositor e bandolinista brasileiro de choro, Luperce Miranda.
Ela recebeu o apoio da família, que a incentivava a seguir a carreira de cantora lírica. Zezé passou a estudar canto com a professora Graziela de Salerno, que apreciava seu registro de soprano ligeiro. Além decanto, Zezé Gonzaga estudou piano e leitura musical. Com 12 anos de idade, realizou a primeira apresentação, cantando a valsa “Nelsa”, de Antônio Caldas (pai do cantor Sílvio Caldas), grande sucesso de Orlando Silva.
Depois de curta estadia no Rio de Janeiro, em 1942, retornou a Porto Novo para dar continuidade os estudos. Nessa época, costumava cantar num clube de jazz, o que lhe casou problemas na escola, pois, além da discriminação racial, enfrentava a de ser artista. Zezé, então, passou a morar no Rio de Janeiro, em 1945.
Foi integrante do grupo vocal “As Três Marias”. Fez participações no programa de rádio Nacional, na década de 1940, do locutor Paulo Gracindo, que a chamava de "minha namorada musical". Iniciou a carreira como caloura no programa de Ary Barroso, em 1942. Na ocasião, ganhou nota máxima ao interpretar a música “Sempre no Meu Coração”.
Logo em seguida, recebeu o convite para se apresentar no programa de rádio “Escada do Jacó”, do popular radialista Zé Bacurau. Em 1945, conquistou o 1º lugar no programa “Pescando Estrela”, da extinta rádio Clube do Brasil, que era apresentado por Amaldo Amaral.
Zezé Gonzaga também formou uma dupla com a cantora Odaléa Sodré, filha de Heitor Catumbi. A dupla era conhecida por “As Moreninhas do Ritmo”. Com essa parceria, cantaram no conjunto do pianista Laerte na rádio Jornal do Brasil.
Brasilidade é produzido por Fátima Abreu e Ronaldo César, com apresentação de Narcélio Limaverde. Vai ao ar aos domingos, às 18h, com reprise nas terças-feiras, às 23h.
WT/LF