Apesar de 2018, ano de eleições, ser momento propício para exploração de problemas na área de Segurança do Ceará, a resolução dos problemas da área passa, inevitavelmente, por decisões e consenso políticos. Para base e oposição, é possível superar a crise pelo caminho de conformidade de atuação.
Aliado do governador Camilo Santana (PT) e presidente do PDT no Ceará, o deputado federal André Figueiredo vê como empecilho a esquiva de governantes e políticos em tomar a responsabilidade do problema. “Não adianta cada governo ir para um lado. Isso precisa de uma atuação unificada de todas as esferas executivas. É indispensável. Existe toda uma política unificada que deve ser implementada, tanto a nível de legislação como do poder executivo”, argumenta.
Representante de maior destaque da oposição à Camilo no legislativo local, o deputado estadual Capitão Wagner (PR) reclama de tentativas já queimadas na Assembleia Legislativa, mas reconhece ser “possível” uma união de força política — contanto que “parta do chefe do executivo”.
“O que ele deveria fazer era chamar todos os ex-governadores para um evento; chamar todas as pessoas que têm capacidade para colaborar. Tem muita gente pra contribuir. (...) Já demos uma série de ideias”, diz Wagner, destacando que o trabalho de oposição na AL “acaba sendo positivo” para o tempero de ideias.
Próximo de Wagner, o deputado federal Cabo Sabino (PHS) coloca mais personagens na iniciativa e convoca manifestação de desejo de diálogo também dos poderes legislativo e judiciário. Na leitura do parlamentar, é preciso tanto “modificar a Constituição Federal”, para repensar o sistema prisional, quanto “dar celeridade nos julgamentos” do Judiciário.
Para o senador Tasso Jereissati (PSDB), referência da oposição local em nível de atuação nacional, não é hora de “jogo de empurra” entre poderes e políticos. “Não é legítimo e não vai resolver nada. A questão não é só do Governo Federal, do Congresso Nacional. Cada um tem que assumir sua responsabilidade. (...) Os problemas têm que ser enfrentados desafiando toda e qualquer dificuldade. Isso não deve ser tratado neste momento como uma questão eleitoral. Deve ser tratado como uma questão fundamental gravíssima da sociedade cearense”, defende.
Letícia Alves