A oposição ao Governo Camilo Santana (PT) na Assembleia Legislativa encerra os trabalhos de 2017 desestabilizada e desestimulada. Além de não conseguir emplacar projetos e requerimentos, os discursos e críticas feitos pela bancada reduziram muito neste fim de atividades, o que acaba se justificando por conta do impasse das lideranças políticas quanto à formação de uma chapa competitiva para a disputa eleitoral no próximo ano.
Em menor número, após ingresso de antigos oposicionistas na base governista, parlamentares da oposição também não se entendem quanto a algumas pautas, e outros sequer têm comparecido às sessões ordinárias. Na plenária da última terça-feira, por exemplo, somente Odilon Aguiar (PMB) fez críticas às matérias que estavam sendo votadas no Plenário 13 de Maio.
Atualmente, a oposição na Assembleia é formada por nove parlamentares. Na sessão de ontem, alguns opositores compareceram ao plenário, mas apesar de pronunciamentos contra atos e mensagens do Governo, não houve discussão mais abrangente sobre os temas. Capitão Wagner (PR), por exemplo, discursou sobre a situação da Saúde. Já Renato Roseno (PSOL) reclamou da administração dos recursos hídricos e das políticas de enfrentamento à seca.
2018
"Não estou entendendo esse momento e como as coisas estão. Aqui na Assembleia os deputados estão tentando fazer o entendimento político de recondução de seus mandatos, acredito que seja isso. Há uma inércia da oposição, mas eu não sei o que houve para ficarmos assim", lamentou Odilon Aguiar.
A deputada Fernanda Pessoa (PR), por sua vez, apontou que uma oposição mais participativa no próximo ano dependerá de que chapa será formada pelos oposicionistas. "Se for uma chapa competitiva, lógico que os ânimos se alteram e cada um vai defender seu nome", disse.