Em crescimento nacional com a filiação de deputados federais governistas do PSB, o DEM busca reforçar musculatura também no Ceará, com intenção de conseguir pelo menos mais dois deputados estaduais, além do federal já garantido, Danilo Forte – que deve assinar carta de filiação no início de dezembro.
Um deles é o 1º Secretário da Assembleia Legislativa, Audic Mota (PMDB). Enquanto nos bastidores se fala de compromisso fechado com o DEM, Audic ainda afirma estar “avaliando convite”.
A filiação de Audic pode colocar o DEM no Ceará mais perto do governador Camilo Santana (PT). Antigo opositor, Audic integra base petista no Legislativo e pode, junto à proximidade de Danilo Forte do governador cearense, reforçar tendência à situação.
Outro nome cotado para compor o DEM é o do deputado estadual Roberto Mesquita (PSD). Entretanto, postura oposicionista atrapalha negociações.
Tendência essa que levou o deputado estadual Heitor Férrer (PSB), próximo de Danilo, outro sondado pelo DEM, a rejeitar frontalmente filiação. “Sem a menor possibilidade”, disse.
Há o contraponto de que o atual presidente do diretório cearense do DEM, Chiquinho Feitosa, é o 1º suplente do senador Tasso Jereissati (PSDB) – que deverá compor, candidato ou não, oposição a Camilo nas próximas eleições para o Governo.
Segundo Danilo Forte, tudo ainda “depende do desdobramento nacional ou do processo eleitoral”, com as “composições de chapas” e seus “reflexos no Estado”.
Danilo, porém, entende que a aliança nacional do DEM com o governo federal peemedebista pode ser um fator complicador na aliança local com Camilo. O parlamentar afirma que “isso está sendo visto por muitos próximos” do governador, mas que PDT – partido dos Ferreira Gomes, aliados políticos de Camilo – “não aceitam nenhuma aliança”.
“O Camilo é uma pessoa fácil, de diálogo, mas essa aliança com o PT no Ceará tem muitas sequelas. Por outro lado, tem uma propositura que pode ser aglutinativa. Se o Tasso se candidatar, traz muita positividade”, conta Danilo Forte.
Após decisão de executiva nacional do DEM de dissolver os diretórios estaduais, Danilo Forte negou pretensão de assumir a presidência no Ceará. O deputado, que sai do PSB após intriga envolvendo sua expulsão do comando estadual socialista, diz que deseja apenas “respeito”.
Ao mesmo tempo, Chiquinho garante que continua na presidência – e vice com Moroni Torgan. “Danilo terá um papel importante. Ficará sob a responsabilidade dele a indicação de vários diretórios municipais”, contou.
DANIEL DUARTE