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Pesquisadora diz que educação é caminho para enfrentar violência contra mulheres - QR Code Friendly
Segunda, 27 Novembro 2017 17:31

Pesquisadora diz que educação é caminho para enfrentar violência contra mulheres

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Pesquisadora diz que educação é caminho para enfrentar violência contra mulheres foto : Dário Gabriel
Os números da violência contra a mulher e os caminhos para enfrentar o problema foram apresentados na tarde desta segunda-feira (27/11), no  Seminário "16 Dias de Ativismo: Direitos, Lutas e Resistências", pela pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco e ex-secretária da Mulher de Pernambuco, Cristina Buarque.

O evento é uma promoção da Procuradoria Especial da Mulher, da Assembleia Legislativa, e integra a campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres.

 “Penso que a violência tem que ser entendida como um elemento estruturante da formação brasileira, pois somos um país construído à base da violência, contra os índios, contra os negros e negras, contra as mulheres em geral, até a violência de classe”, afirmou Cristina Buarque.

A pesquisadora ressaltou que, durante sua gestão à frente da Secretaria da Mulher, em Pernambuco, conseguiu reduzir os índices de violência trabalhando a questão da educação. “Temos uma formação intelectual que é permissiva, que promove a violência, e é preciso enfrentar isso”, ressaltou.

Ela disse que foi construindo uma nova visão para enfrentar a violência, principalmente contra a mulher, que Pernambuco conseguiu uma redução em 13% da violência, enquanto no País inteiro se fala em aumento da violência. “Eu digo que hoje o nosso País não é só machista, é também feminista. É preciso ficar claro que nós somos iguais e, se somos iguais, então é crime quando um homem bate em uma mulher”, destacou.

Cristina Buarque lembrou que a Lei Maria da Penha veio para criminalizar a ação masculina de agressão às mulheres.

Daniel Costa Lima, psicólogo de Pernambuco e mestre em Saúde Pública, destacou o papel dos homens no combate à violência contra a mulher. Segundo ele, os dados têm revelado que o índice de violência familiar contra a mulher tem aumentado em todo o País. “Não se sabe muito bem se a violência realmente tem aumentado ou se as mulheres estão denunciando mais porque perderam o medo. Mas, de qualquer forma, está aumentando, o que é preocupante”, declarou.

Daniel Lima disse que trabalha há 20 anos buscando conscientizar que esse tema também é para ser debatido principalmente pelos homens, porque são homens que agridem as mulheres. “Setenta por cento dos casos de violência doméstica são cometidos por homens, quer sejam parceiros, ex-parceiros etc. Como é que se pode solucionar essa questão trabalhando só com as mulheres?”, indagou.

Para ele, se não houver um trabalho de educação com os homens, não haverá solução para esse problema. É preciso lembrar, ainda, de acordo com Daniel Lima, que existe toda uma construção de violência masculina, de agressividade, para demonstrar masculinidade, virilidade, e isso acarreta uma série de dificuldades dentro da sociedade. “No Brasil, em 90% dos homicídios, são homens que estão morrendo e são homens que estão matando outros homens. A violência é marcadamente masculina”, destaca.

O psicólogo não acredita que a violência masculina seja resultado do código genético, da testosterona ou do sangue. Segundo ele, está comprovado cientificamente que isso é muito mais uma questão educacional do que biológica. Por isso, ele afirma, se fomos construídos dessa maneira agressiva e violenta, nós podemos ser reconstruídos, parar e pensar sobre que rumo nós queremos dar a nossas vidas, que tipo de relacionamento queremos e, assim, fazer um movimento de mudança, de diálogo, de reeducação para a não  violência.   

A deputada estadual e procuradora da Mulher da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, Manuela D’Ávila, foi a terceira palestrante da programação do seminário da tarde de hoje.    

WR/CG

 

Informações adicionais

  • Fonte: Agência de Notícias da Assembleia Legislativa
  • E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
  • Twitter: @Assembleia_CE
Lido 1593 vezes Última modificação em Segunda, 27 Novembro 2017 18:03

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