Diante de uma média de 15 assassinatos a cada dia no Ceará, organizações da sociedade civil, movimentos sociais, coletivos e pesquisadores se reuniram para o lançamento do Fórum Popular de Segurança Pública do Ceará (FPSP Ceará). O encontro foi realizado na tarde de ontem na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (AL-CE) e reuniu representantes de mais de 30 entidades para discutir Segurança Pública.
“O Fórum tem o objetivo de discutir, debater, acompanhar e propor medidas alternativas ao modelo vigente. É importante que as pessoas que estão na linha de frente da criminalidade possam ter um espaço de interação e possam ser ouvidas”, afirmou Ricardo Moura, sociólogo e um dos organizadores do Fórum.
Durante o evento, foi realizado o seminário “Balanço e Perspectiva da Política de Segurança a partir da sociedade civil”, onde foram discutidos modelos adotados na história recente do Ceará.
Renata Neder, assessora de Direitos Humanos da Anistia Internacional Brasil, ressalta o grande crescimento do número de homicídios nas capitais do Nordeste. Ela acredita que as discussões sobre políticas de Segurança Pública não devem se restringir ao Estado. “É muito importante que a sociedade se aproprie do debate de segurança. A segurança publica não pode ser um debate técnico e restrito ao Estado, é um debate para todos nós, afinal de contas somos nós os beneficiários da política de segurança pública. Então temos que ser os protagonistas da elaboração dessa política”, avalia.
Além do seminário, integrantes do Fórum se dividiram em grupos para a discussão de sete eixos: violência e racismo Institucional; política de drogas; encarceramento em massa; violência de gênero; resistências juvenis; interiorização da violência; e prevenção e enfrentamento ao extermínio de adolescentes e jovens. As reuniões do Fórum devem ocorrer mensalmente e em outros bairros da Cidade. (Eduarda Talicy)