O deputado Fernando Hugo (PP) subiu à tribuna da Assembleia Legislativa, ontem, para cobrar fiscalização do Ministério Público Eleitoral Estadual em relação à atuação de secretários do Estado, pretensos candidatos ao Legislativo em 2018, que, segundo ele, aproveitando-se de suas funções públicas, "já estão na rua" fazendo campanha política. Sem citar nomes, o parlamentar não teceu críticas diretas a essa movimentação, porque não há nada na legislação eleitoral sobre o assunto.
A queixa levada por Fernando Hugo à tribuna é também a de vários deputados da Casa, que têm reclamado, nos bastidores, da atuação política de alguns secretários estaduais nas suas bases eleitorais, com vistas às eleições de 2018. O Diário do Nordeste já veiculou reportagem mostrando que essa insatisfação seria levada pelo líder do Governo na Casa, deputado Evandro Leitão (PDT), ao governador Camilo Santana (PT).
Os parlamentares sugerem que, assim como fez o ex-governador Cid Gomes (PDT), Camilo exonere, pelo menos até o fim deste ano, os secretários que queiram entrar na disputa.
Dois nomes de secretários já foram citados pelos deputados, anteriormente, como prováveis candidatos a uma vaga na Assembleia Legislativa: Josbertini Clementino (Trabalho e Desenvolvimento Social) e Dedé Teixeira (Desenvolvimento Agrário) - este busca a reeleição.
Cobrando maior atuação do Ministério Público Eleitoral para inibir tais práticas a um ano do pleito, Fernando Hugo reconheceu, porém, limitações do órgão. "O Ministério Público Eleitoral é uma figura que se destina muito mais, não por omissão, àquela fiscalização da efervescência do dia da eleição", disse. "Não tem recursos humanos, gente especializada para correr o campo antes, durante e depois da eleição. Sem dúvida, o Ministério Público teria que ter condições amplas e gerais de realizar essa fiscalização", acrescentou.
O deputado criticou, ainda, a ausência de legislação eleitoral que regule esse tipo de prática no período pré-eleitoral. "Rogo a Deus que a minha fala reverbere para o Ministério Público acordar e ouvir alguns deputados dessa Casa sobre candidaturas extremamente fortes que já estão na rua há muito, pintando e bordando pelos cargos públicos que ocupam nas Prefeituras e/ou nos Estados e/ou no Governo Federal", reclamou.