Entre os que responderam a pergunta, 65,2% escolheram a resposta “não, a mudança nos hábitos do consumidor e o avanço da tecnologia tornaram inócuo um dos principais objetivos do horário de verão, que é gerar economia de energia. Outros 30,3% escolheram a resposta “sim, poupa recursos da matriz energética e é positivo para outros setores como turismo e comércio, com uma hora a mais de luz do dia para as pessoas passearem e consumirem”. Já 4,5% optaram pela resposta “prefiro não opinar”. 

Para o deputado Ferreira Aragão (PDT), a maioria dos internautas tem razão em considerar que praticamente não há economia de energia com a introdução do horário de verão, que sequer tem abrangência na região Nordeste, e, consequentemente, o Ceará fica com atraso de uma hora em relação ao Sudeste, Centro-Oeste e Sul, regiões que adiantaram os relógios, desde a semana passada.

O parlamentar lembrou ainda que com a diferença de horários entre o Norte e Nordeste e as demais regiões se gera um descompasso nas programações de televisão. Assim, horários dos voos e outras atividades, como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), passam a causar equívocos e dúvidas, por estarem conectadas com o horário oficial de Brasília. “Essas mudanças, com certeza, confundem a população, que fica sem saber que horário seguir”. Acentuou.

Seguindo o colega de parlamento, a deputada Mirian Sobreira (PDT), como a maioria dos internautas, compreende que a mudança de horário traz prejuízos não somente em seus aspectos econômicos e sociais, mas também de ordem biológica. “As pessoas levam um tempo a se acostumar, e muitas vezes continuam dormindo no antigo horário, mas têm de se levantar mais cedo. Isso com certeza causa estresse e pode gerar desconcentração e pouco aproveitamento nas atividades laborais ou estudantis”, ressaltou.

Conforme o economista Raimundo Ribeiro Neto, não é só a população que não vê necessidade do horário especial. Para a indústria, a economia com o horário de verão é pouco expressiva. Ele explica que “o que pode acontecer é a redução da iluminação nas empresas. Só que o maior gasto numa indústria é com a energia do maquinário, que não é alterada pelo horário de verão”, diz.

Ele ressalta que não existe um estudo sobre os impactos provenientes da mudança. “O que se percebe no começo do horário é que a produtividade de muitos trabalhadores cai, a princípio, pois as pessoas ainda estão se acostumando, o que não é nada específico do setor industrial”, observa.

O economista, entretanto, observa que antes de decretar o fim do horário de verão seria necessário avaliar a situação dos reservatórios de água que geram energia. “Vale lembrar que se os reservatórios estiverem baixos, é necessário acionar as térmicas e isso impacta na conta de energia”, diz.

JS/PN