Passada a Reforma Política e já contando o prazo de um ano para o pleito de 2018, deputados estaduais iniciaram ações em seus colégios eleitorais com o objetivo de disputarem reeleição. Conversas com lideranças partidárias em busca de coligações, bem como negociação com padrinhos políticos já estão ocorrendo nos bastidores da política .
Para muitos deputados, o fato de a Reforma Política pouco ter avançado foi favorável para as suas demandas, principalmente, àqueles que estavam temerosos com o fim das coligações partidárias já no próximo pleito. O fim de tais uniões entre legendas no Brasil só se dará em 2020, quando da disputa para as câmaras municipais. A cláusula de desempenho, de 1,5% para o próximo ano, também foi um ponto comemorado por eles. Apesar de alguns terem criticado, publicamente, o fundo eleitoral de R$ 1,7 bilhão para a campanha, eles acreditam que a medida dará um fôlego para as siglas na disputa que acontece próximo ano.
De acordo com os deputados entrevistados pelo Diário do Nordeste, a "largada" da pré-campanha já foi dada, e antes mesmo das reformas aprovadas pelo Congresso Nacional, conversas já eram feitas entre todas as lideranças políticas, visto o receio que todos tinham em perder seus espaços. Segundo afirmou o deputado Manoel Santana (PT), a disputa já está nas ruas, visto que os candidatos, em suas palavras, "já estão fazendo de tudo para aparecer". Conforme informou o petista, já existem parlamentares que estão fazendo contas para saber qual o melhor partido para a sua eleição.
Julinho (PDT), que se licenciou para se dedicar mais às suas bases, disse que já sente o clima de disputa entre seus pares "tanto daqueles que são pré-candidatos quanto dos que estão liderando partidos e darão apoio a eles". No entanto, o pedetista ressalta que isso está acontecendo mais cedo, visto que a população se apresenta mais criteriosa e atenta aos seus representantes.
O deputado Heitor Férrer (PSB) lamentou que a Reforma Política não tenha sido aprovada como desejava a população, e destacou que em nível de Ceará, o Governo do Estado mantém em seu entorno o maior número de partidos, e, certamente buscará mais. Carlos Felipe (PCdoB) confirmou que articulações estão sendo feita com lideranças políticas que, de modo geral, se sobrepõem às discussões partidárias, que acontecem em um segundo momento.