Dando continuidade ao ciclo de debates com secretários estaduais, a Assembleia Legislativa recebe, hoje (19), o titular da Pasta de Segurança Pública, André Costa. Além de expor o problema da violência enfrentado no território cearense - onde o número de assassinatos até agosto deste ano já é 41% maior do que no mesmo período do ano passado -, ele também vai responder a questionamentos dos parlamentares, no horário reservado ao segundo expediente da sessão ordinária desta manhã.
Ontem, às vésperas da ida de André Costa à Assembleia, o tema da segurança voltou a ser destaque no Plenário. Para o deputado Dr. Santana (PT), a raiz do problema está no tráfico de drogas, que "não se resolve em nenhum Estado da Federação de maneira isolada". Ele voltou a cobrar um plano nacional de combate à violência.
Santana expôs durante pronunciamento que o tráfico de drogas surge como um "vilão comercial extremamente produtivo e lucrativo" e seduz a população com a promessa de "riqueza fácil", sobretudo a juventude. Por isso que, segundo ele, a população, muitas vezes, tem "medo" de repassar informações sobre grupos criminosos para os órgãos de investigação responsáveis. Além de o tráfico manter refém a comunidade local, o deputado denunciou a participação dos próprios agentes públicos nos esquemas criminosos, que os deixam impunes.
Controla
Em seu discurso, Santana alertou sobre o aparato militar que as facções criminosas detêm, hoje, e chamou a todos para uma reflexão mais profunda. "Existe um inimigo interno poderoso armado e que já se apropriou de áreas importantes do território nacional. Toma de conta, administra de acordo com o seu modus operandi, expulsa a polícia, controla presídios e desafia as forças policiais, das polícias militares, tem coragem de peitar o próprio Exército, manda e desmanda nas áreas que controla e, por força das armas mais modernas, muitas vezes, do que dispõem nossos policiais militares".
"Vi o discurso do ministro da Defesa ontem (segunda-feira), de fazer um grande projeto envolvendo o Ministério Público Federal, a Defensoria Pública, num plano específico para o Rio de Janeiro. Não é necessário só para o Rio de Janeiro, é necessário para o País como um todo", argumentou o parlamentar.