Ubajara. A Assembleia Legislativa Cearense realizou, na manhã de ontem, o plantio de 14.600 mudas no Parque Nacional de Ubajara, na Serra da Ibiapaba. Iniciativas como esta são estimuladas pela campanha "Plante uma árvore. Semeie esta ideia!", lançada pelo Grupo Edson Queiroz, que tem como objetivo estimular a criação e a recuperação de áreas verdes do Estado, propiciando aos seus habitantes uma vida mais saudável e em harmonia com a natureza.
São 80 espécies de plantas produzidas pela Casa da Árvore de Ubajara que, desde o ano passado, prepara as mudas para o parque Foto: Jéssyca Rodrigues
O plantio faz parte do Programa Pegada Carbônica, que tem o objetivo de compensar a emissão de carbono da Assembleia. As mudas estão divididas em 80 espécies e foram produzidas pela Casa da Árvore de Ubajara. O projeto se insere na Agenda Ambiental da Administração Pública (A3P), que foi aderido há um ano e trouxe para o órgão legislativo uma campanha de conscientização ambiental com parlamentares e servidores.
A Casa da Árvore conta, hoje, com cinco trabalhadores, sendo quatro deles irmãos. De acordo com o mais novo, Francisco Rodrigues Lima Sousa, a família já trabalha com plantas há dez anos e, desde o ano passado, vem preparando as mudas para o parque. A demora se deu devido à necessidade de esperar que os vegetais produzissem as sementes necessárias e que estas ficassem prontas para o plantio.
"Meu irmão mais velho, o Gabriel Lima, foi quem iniciou o projeto. Ele sempre gostou de trabalhar com isso. No início, nós apresentávamos resistência, mas, hoje, queremos conseguir nosso sustento trabalhando com árvores", disse ele.
O biólogo Ávila Capiberibe fez o cálculo de emissão de carbono relacionada à frota de veículos, gasto de energia, tecnologia utilizada e geração de lixo da Assembleia Legislativa a pedido da Casa. Com o resultado, foram apresentados meios de reduzir e compensar as emissões. "Quando você diminui o desperdício, acaba economizando dinheiro. Como alternativa de compensação, indicamos o plantio de árvores", explica.
Em parceria com a Casa da Árvore, o biólogo customizou as árvores e fez todo o estudo das leis ambientais, que levou dois meses para ser concluído. "Quando você entra em um bioma como o da Mata Atlântica, não pode plantar uma espécie que não é de lá, pois irá gerar um problema", destaca.
Segurança
De acordo com ele, a escolha do Parque Nacional de Ubajara se deu devido à segurança que isso apresenta. "Quem refloresta tem a certeza de que, daqui a dez anos, outra pessoa não irá derrubar aquela árvore. O investimento é seguro, pois o parque conta com sistemas de proteção mantidos pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e com todo o aparato legal", ressalta.
O coordenador do projeto, Júlio Ramon, mostra outros pontos positivos. Segundo ele, essa é uma iniciativa socioambiental, pois o dinheiro é investido dentro do próprio Estado e possibilita famílias locais, como a responsável pela Casa da Árvore, a alternativa de trabalhar exclusivamente com o meio ambiente.
JÉSSYCA RODRIGUESCOLABORADORA