Zezinho Albuquerque, presidente da Assembleia Legislativa, quer levar parlamentares cearenses ao Ministério da Justiça
( FOTO: JOSÉ LEOMAR )
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Zezinho Albuquerque (PDT), adiou a discussão para instalação ou não da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Narcotráfico, que estava marcada para acontecer logo no retorno das atividades deste segundo semestre. De acordo com o chefe do Poder Legislativo, o debate sobre as atividades do colegiado só se dará após encontro com o secretário de Segurança Pública, André Costa, que será na quarta-feira da próxima semana, durante o Segundo Expediente da sessão ordinária.
Ainda em entrevista ao Diário do Nordeste, ontem, o parlamentar fez diversas críticas ao Governo Federal, a quem denunciou estar há dois anos sem repassar recursos para a Segurança Pública do Estado, ficando somente o Governo do Estado com a responsabilidade de manter ações na área. Zezinho também salientou que vai convidar todos os deputados da bancada cearense na Câmara para irem, em comitiva, ao Ministério da Justiça, cobrar ações que minorem a situação de violência que tomou conta do Estado do Ceará.
"Estamos acertados com a vinda do secretário de Segurança na quarta-feira, junto com todo o comando da Polícia. O problema da Segurança, nós sabemos, não é só do Estado do Ceará, mas de todos os estados. Por isso é importante que o Governo Federal nos ajude. Não dá para conceber dois anos sem recursos federais para a Segurança".
Zezinho afirmou que fará apelo junto aos deputados federais para que estes se esforcem mais para atração de recursos. "Tenho que pedir uma reunião com o ministro da Justiça, porque o Ceará não pode passar dois anos sem receber nada. Estamos passando por uma crise e precisamos fazer esforço grande para melhorar a Segurança do Estado", defendeu.
União
Ainda sobre a CPI do Narcotráfico, o parlamentar salientou que o prazo para instalação do colegiado seria no início de agosto, no entanto, devido a matérias que demandavam maior atenção dos parlamentares, a discussão foi adiada. Ele destacou ainda que está aguardando a ida do secretário de Segurança para depois discutir o assunto com todos os deputados.
"O importante não é a CPI, mas a união da população do Ceará, o Governo, o Tribunal de Justiça, o Ministério Público em torno disso. Precisamos fazer mais e fazer com que os índices de homicídios reduzam", disse.
A realidade em torno da instalação ou não do inquérito é que muitos deputados estão receosos na constituição de tal grupo, visto temerem qualquer tipo de represália para si e familiares. Parlamentares já disseram ser contra a CPI por esse motivo, enquanto outros sequer discutem a possibilidade de fazerem parte do colegiado.
Autora do pedido de CPI, a deputada Rachel Marques (PT) afirmou não ter dúvida da instalação, não sabendo, porém, precisar quando. Ela disse, ainda, que todo esforço que a Assembleia puder fazer para enfrentar a questão da criminalidade é bem-vindo.
Para Renato Roseno (PSOL), existe uma necessidade de criação do Plano Estadual de Segurança, com metas de curto, médio e longo prazos, bem como estratégias de prevenção e inteligência. Ele ressaltou o compromisso da presidência da Casa em instalar a CPI.