A ideia de consolidação de um grupo forte para fazer oposição aos governos na eleição acabou não vingando
Com a realização das convenções municipais e homologação de dez candidaturas para as eleições majoritárias em Fortaleza um fato deve ser levado em consideração: a falta de empenho das legendas em formar uma oposição forte, com capacidade de enfrentar os candidatos da prefeita Luizianne Lins (PT) e do governador Cid Gomes (PSB), que, atualmente, comandam a máquina pública. O que se viu nos eventos das siglas oposicionistas foram estruturas simples e pouca participação de militância.
No início deste ano, algumas agremiações oposicionistas até chegaram a se reunir, tentando construir um projeto que pudesse enfrentar os aliados da atual gestão, que naquela ocasião, já tinha alguns nomes apresentados para a disputa municipal. PSDB, PR, PTC, PP, PPS, DEM e PDT, no entanto, não conseguiram chegar a um denominador comum, pois as ideias dos líderes partidários não convergiam, e o bloco que estava sendo pensado, não vingou.
Interesses
Na ocasião, as lideranças partidárias tentavam iniciar a realização de um projeto para a cidade, e, em seguida, depois de uma pesquisa que seria feita, escolheriam o nome que melhor reunisse condições de vitória. No entanto, o que se viu, depois do fim da aliança entre o partido da prefeita Luizianne Lins, o PT, e o PSB de Cid Gomes, foi a inserção de algumas dessas legendas nas frentes lideradas pelos dois partidos que, atualmente, administram a Capital e o Estado.
O Partido da República (PR), por exemplo, que tinha na figura do presidente estadual da sigla, o ex-governador Lúcio Alcântara, o maior crítico da administração de Fortaleza, e fazendo coro com ele, o agora candidato a vice pela chapa encabeçada pelo PT, Antônio Mourão, está marchando com a sigla que aposta na candidatura de Elmano de Freitas.
A situação do PTC também não é diferente. O partido, que tem dois representantes na Câmara Municipal de Fortaleza, junto com os membros do PDT, são os que mais condenam a administração municipal, e ainda assim, pelo menos até o momento, estão fechados com o Partido dos Trabalhadores.
Unidos
O Partido Progressista (PP), que a nível nacional faz oposição à gestão da presidente Dilma Rousseff, assim como PSDB e DEM, também participaram dos encontros com os opositores, mas no apagar das luzes, depois de assumir compromisso com o PCdoB, que foi aliado de Luizianne até o início deste ano, resolveu marchar junto com o PSB de Cid Gomes, que tem como candidato o deputado estadual Roberto Cláudio.
Do grupo que foi discutido em janeiro passado, somente PDT e PPS seguiram unidos, apresentando, inclusive, o deputado estadual Heitor Ferrer como candidato a prefeito, e Alexandre Pereira como vice. Na Assembleia, Heitor Ferrer tem sido crítico da gestão do governador Cid Gomes. Já na Câmara Municipal, apesar da orientação para se fazer oposição à administração municipal, o único representante do PPS, vereador Glauber Lacerda, tem sempre se posicionado favorável ao Executivo, inclusive, se eximindo de fazer parte da bancada de oposição.