A Câmara Municipal de Fortaleza aprovou, na manhã de ontem, moção de repúdio de autoria do primeiro secretário da Casa, Idalmir Feitosa (PR), à proposta de Reforma Política em tramitação no Congresso Nacional. O texto afirma que a proposta em discussão - que inclui a criação de um fundo público para financiamento de campanhas e a implantação do chamado "distritão" - é "irresponsável, indecente e criminosa", principalmente quando observado o déficit fiscal e as "necessidades básicas da população brasileira". O texto foi aprovado por consenso.
Na Assembleia, o deputado Renato Roseno (PSOL) abriu, também ontem, os discursos críticos à proposta de Reforma Política. "Não há notícias positivas que possam vir deste Congresso Nacional. Ele tem compromisso consigo próprio, com a manutenção de uma organização de plutocratas e de cleptocratas, gente que está no poder político para fazer dinheiro", disse. "A começar pelo presidente da República. Temer, flagrado em corrupção, só se mantém no poder porque comprou parlamentares através de emendas".
Ainda na Câmara Municipal, o modelo também foi criticado pelo líder da bancada do PT na Casa, Guilherme Sampaio (PT). O vereador afirmou que a mudança enfraqueceria os partidos políticos. "Estamos desistindo de valorizar os partidos, os programas que deveriam apresentar à sociedade uma visão de País, uma ideologia, para votarmos apenas em pessoas. É a isso que vai resumir-se a nossa democracia?", questionou. Ele diz que a regra visa partidos de vida partidária inexistente. "Isso seria uma reforma para trás, para retroceder", declara.
Entretanto, o vereador do PT afirma que é favorável ao financiamento público de campanha, apesar de discordar dos termos propostos pela Reforma.