A sessão da Assembleia Legislativa de ontem teve como centro as acusações contra o ex-governador Cid Gomes (PDT). O aliado do governador Camilo Santana (PT) é réu em denúncia do MPF de que teria recebido empréstimo irregular de R$ 1,3 milhão do BNB, além de ter obra em Área de Proteção Ambiental (APA) da Serra de Meruoca embargada.
O líder do governo, deputado Evandro Leitão (PDT), argumentou que embargo foi feito por motivações políticas. “Isso foi uma arbitrariedade do superintendente do Ibama (Herbert Lobo), que é do PMDB e foi indicado pelo deputado federal Moses Rodrigues, que perdeu as eleições em Sobral. Não tenho dúvida de que isso é por causa do irmão dele, Ciro Gomes (PDT), ser candidato (à presidência da República)”, defendeu.
Líder da oposição na Casa, Capitão Wagner (PR) contestou a versão. “Essa justificativa é incabível, um órgão da envergadura que é o Ibama embargar uma obra única e exclusivamente por conta de perseguição política seria um ato de improbidade administrativa”.
Wagner também citou em seu pronunciamento a defesa de Cid quando foi acusado por delatores da JBS de ter recebido R$ 20 milhões em propina. “Na época em que veio se defender da JBS, ele disse que tinha só R$ 700 mil de patrimônio e depois ele justifica que deu garantia de três vezes esse valor para conseguir o empréstimo (do BNB), que seria R$ 4 milhões. Tem uma contradição aí”, acusou.
O parlamentar afirmou que as falas de Cid “têm comprovado que há, sim, irregularidades praticadas por ele diretamente” e que isso deve ser apurado. Leitão rebateu: “A garantia pode ser o próprio imóvel, carta-fiança, pode ter qualquer tipo de garantia”. (Letícia Alves)