O deputado Roberto Mesquita (PSD) presidiu a sessão e leu mensagem deixada pelo deputado Heitor Férrer, que não pôde comparecer ao evento por motivos de saúde. “É mister a permanente lembrança da morte para celebrar a vida, mantendo a determinação de escrevermos em todas as legendas da história da linha do tempo, que a tentativa mais cruel da extinção das liberdades públicas, em hipótese alguma, deve ser esquecida pelas gerações afora”, salientou Heitor Férrer.
De acordo com o presidente da Sociedade Israelita do Ceará, Pablo Schejtman, o Holocausto é símbolo de como o mal não é uma força transparente, personificando-se em indivíduos. “O Holocausto virou símbolo do quão opressivo e autoritário um governo pode ser; de como o poder público pode naturalizar o assassinato massivo de cidadãos; de como o Estado alienado pode queimar livros e negar a ciência; de quão desumano um Estado pode ser e fazer com que aconteçam desaparecimentos e, por fim, eliminar toda e qualquer dissidência”, destacou.
Segundo o vice-presidente da Confederação Israelita Brasileira (Conib), desembargador Maurício Szporer, foram necessários mais de 70 anos para que os judeus se recompusessem numericamente, voltando hoje aos 18 milhões que eram em 1939. Ele criticou ainda o silêncio do mundo diante do massacre de milhões de judeus.
“O mundo silenciou enquanto seis milhões de judeus eram friamente assassinados, cobrindo deliberadamente seus ouvidos para não escutarem os gritos de terror, o choro e a dor. Para evitar um novo Holocausto, não adianta proteger a comunidade judaica, mas somente uma sociedade democrática entende a necessidade da convivência com a diversidade; a democracia transcende a decisão da maioria e só é verdadeira quando as diversas minorias se sentem seguras e respeitadas”, avaliou.
O presidente da Associação dos Sobreviventes do Holocausto no Brasil (Sherit Hapleitá), Thomas Venetianer, relatou sua experiência nos campos de concentração, com sete anos de idade, e destacou a necessidade de aprender com a História a fim de evitar novos genocídios.
“Acontece que, 72 anos depois, parece que o homo sapiens nada aprendeu. É incapaz de evitar novos genocídios. Na Síria, 500 mil sírios – inclusive muitas crianças – foram massacrados e mortos. Dois milhões de sírios estão tentando se refugiar do terrível genocídio que está acontecendo nos dias atuais, neste momento. A lista dessas atrocidades, desde que a Segunda Guerra acabou, é enorme”, lamentou. Ele frisou ainda que cabe às gerações futuras garantir que genocídios nunca mais aconteçam.
Na ocasião, foram agraciados com placas alusivas o primeiro presidente da Sociedade Israelita do Ceará, Robert Kleinberg (in memoriam); o vice-presidente da Confederação Israelita Brasileira (Conib), o desembargador Maurício Szporer; o presidente da Sociedade Israelita do Ceará, Pablo Schejtman; o presidente da Associação dos Sobreviventes do Holocausto no Brasil (Sherit Hapleitá), Thomas Venetianer, e a senhora Zsuzsanna Takacs Venetianer.
Também estiveram presentes na solenidade o mestre da Grande Loja Maçônica do Ceará, Eduardo Rocha Júnior, e o vice-presidente da Sociedade Israelita do Ceará, Marcus Strozberg.
Além da solenidade, a Sociedade Israelita Cearense e o Memorial Deputado Pontes Neto estão realizando, conjuntamente, a exposição de fotografia "Do Holocausto à Libertação", sobre o ódio e o extermínio empreendidos pelos nazistas, na II Guerra Mundial, contra judeus e outras minorias étnicas, sociais e políticas. A mostra está no hall de entrada do Plenário 13 de Maio e pode ser visitada até o dia 26 de maio.
BD/CG