Catanho, coordenador político da prefeita Luizianne Lins, foi ontem à Assembleia conversar com o presidente do PHS de Fortaleza
FOTO: VIVIANE PINHEIRO
Waldemir Catanho foi ao gabinete do ex-vice prefeito de Fortaleza, Tin Gomes, na AL, pedir o apoio do PHS ao PT
O coordenador político da Prefeitura de Fortaleza, Waldemir Catanho, chamou de "irresponsável" e "leviano" o deputado Carlomano Marques, por conta das denúncias do peemedebista contra a Prefeitura na Assembleia Legislativa, e o desafiou a abrir mão da imunidade parlamentar e continuar fazendo tais acusações contra a administração de Luizianne Lins (PT).
Catanho esteve ontem na Assembleia para conversar com o deputado Tin Gomes, presidente estadual do PHS, e tentar obter o apoio deste partido a Elmano de Freitas. Mas, segundo Tin, o PHS vai com o candidato a ser apresentado pelo PSB do governador Cid Gomes.
Após a reunião, Catanho disse que o PT ainda tem esperança de um acordo com o partido do governador para o primeiro turno. A convenção do PSB será realizada neste sábado. "A esperança é a última que morre. A gente só dá o defunto como morto quando está morto", diz o petista. Caso contrário, acrescenta ele, "vamos trabalhar para estarmos juntos no segundo turno".
Questionado se as recentes declarações de Luizianne contra o desempenho do Governo Cid na segurança pública poderiam atrapalhar essa eventual aliança, ele responde que as palavras da prefeita estão "num patamar bem mais ameno" do que as críticas contra ela feitas por Ciro e Ivo Gomes, irmãos de Cid.
A convenção do PT acontece no próximo dia 30. Até lá, segundo o coordenador político da Prefeitura, as conversas seguem com o PC do B do senador Inácio Arruda, com o PSL e com o PR do ex-governador Lúcio Alcântara. "Até o dia 30 se conversa com todo mundo", diz Catanho, segundo quem a indicação do vice na chapa de Elmano "ainda está totalmente em aberto". Lúcio Alcântara de vice na chapa de Elmano, conforme Catanho, "é boato".
Carlomano
Na sessão de terça-feira, no plenário da Assembleia, Carlomano declarou que o PT "comprou" o PTC para que este partido apoie o candidato petista à sucessão municipal, Elmano de Freitas, e acusou a Prefeitura de querer fazer caixa dois para a campanha por meio da licitação de R$ 138 milhões a ser promovida pela Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e de Cidadania (AMC).
Segundo Carlomano, para obter a adesão do PTC a Elmano, o PT fez um acordo, via Prefeitura, com a família do presidente estadual do partido, Stanley Leão, para o pagamento de um precatório no valor de R$ 3 milhões de reais em seis parcelas de R$ 500 mil.
"O deputado Carlomano foi absolutamente leviano. Não sei se ele estava numa condição normal (quando fez as denúncias)", disse Catanho, aludindo a um episódio ocorrido em 2009. "Vocês devem lembrar que um tempo atrás chamaram a polícia, que ele estava embriagado num motel aqui próximo à Assembleia, quebrando tudo na suíte e tal. Então eu não sei se ele estava no normal dele quando afirmou isso".
Credibilidade
Catanho não parou aí. "Inclusive essa situação que aconteceu um tempo atrás não foi a primeira. Tem boletim de ocorrência dele de outras situações desse tipo. Ele foi absolutamente leviano e irresponsável. Ele não tem credibilidade para estar falando nada disso".
No caso da licitação, Carlomano sustenta que o certame da Prefeitura foi montado para favorecer a empresa Citéluz e garantir caixa dois para a campanha de Elmano. Segundo o deputado, o "conluio" envolve a empresa, a AMC e o juiz da 7ª Vara da Fazenda Pública, Carlos Augusto Gomes Correia.
"(A denúncia de Carlomano) é leviandade. O PT não está trabalhando nessa eleição com caixa dois, com coisa desse tipo. Ele estava criticando, na verdade, uma decisão judicial", diz Catanho. "A Prefeitura não interfere em decisão da Justiça, a Prefeitura cumpre. A Prefeitura inclusive inabilitou a empresa, e a empresa conseguiu uma decisão judicial. Tentar politizar essa questão é uma coisa totalmente leviana e irresponsável da parte do deputado". Carlomano "se esconde atrás da imunidade parlamentar" para acusar. "Eu queria que ele abrisse mão da imunidade parlamentar", disse.