Durante o evento dessa terça-feira (13) na Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), o governador Camilo Santana citou o conjunto de ações que vêm sendo realizadas desde 2015 para garantir o abastecimento hídrico e evitar o racionamento de água no Estado, como perfuração de poços profundos e construção de adutoras. Ele também lembrou que o Ceará enfrentou cinco anos consecutivos de seca, mas, mesmo com as chuvas de 2017, disse que a situação nos reservatórios ainda é insegura.   LEIA MAIS   .Usina de dessalinização custará R$ 500 mi; operação em 2020   .Concessão da Cagece elevaria tarifa em 30%   .Transposição: setor privado pressiona   "Apesar de as chuvas do mês de fevereiro terem sido acima da média, ainda há uma incerteza muito grande no sentido da captação dos grandes reservatórios do Ceará, como o Castanhão, Banabuiú e Orós, que hoje são responsáveis por garantir água para cerca de 40% da população cearense. O Castanhão, atualmente, está com pouco mais de 5% de água", observa Camilo.   Reúso de água   Dentro do conjunto de ações, o governador do Estado falou sobre a perfuração de poços profundos para atender à demanda de água da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), mesmo a empresa - que está instalada no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp) - possuindo um sistema próprio ligado ao reúso de água.   "Enviamos um projeto de lei para a Assembleia Legislativa isentando do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) equipamento de reúso de água. É preciso criar uma cultura de reúso de água no Ceará, seja na indústria, nos serviços, nos hotéis, nos investimentos imobiliários. Temos, sim, que ter essa visão inovadora", ressalta Camilo Santana, chamando a atenção para a importância de obras como a transposição do Rio São Francisco e do Cinturão das Águas do Ceará.   Quanto ao tratamento e ao reúso da água e esgoto de Fortaleza e Região Metropolitana para suprir às demandas do Complexo Industrial e Portuário do Pecém, Camilo informou que o projeto ainda faz parte dos planos do governo.   Investimento   O investimento, cujo valor ainda não foi revelado, será 100% privado e feito pela Utilitas Pecém e pela francesa Veolia Environment, que atua em áreas como gestão de águas, resíduos sólidos e energia.   "Infelizmente, a empresa francesa teve um problema, mas nós estamos tentando solucionar isso. Mas esse é um grande passo para que a gente possa garantir mais água para o setor industrial e para o setor produtivo do Ceará", acrescenta o governador Camilo Santana. (RS)