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Quinta, 22 Setembro 2016 05:29

Coluna Politica

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Voto útil é instrumento político tão criticado quanto praticado. Consiste em deixar de votar no candidato que se acredita ser o melhor para votar naquele que não seria o ideal, mas teria chance de impedir a vitória de um terceiro candidato que o eleitor julgue ser o pior. Por exemplo: na última eleição presidencial é possível que um eleitor achasse que o melhor candidato era o José Maria Eymael (PSDC). Mas é possível que esse mesmo eleitor achasse que o pior dos cenários seria a vitória de Dilma Rousseff (PT). Por isso, pelo voto útil, esse voto poderia acabar indo para Aécio Neves (PSDB), por ser quem estava mais perto de Dilma nas pesquisas. Ou, se o eleitor não quisesse nem Dilma nem Aécio, poderia votar em Marina Silva (à época no PSB), que estava em terceiro lugar e brigando para ir ao 2º turno.   O voto útil tem alguns problemas. O primeiro deles é fazer com que o eleitor deixe de votar no candidato que ache o melhor. Induz a uma escolha de olho no resultado. Outro problema é o fato de ser muito pautada em pesquisas, que são sempre passíveis de erro. Em 2012, as pesquisas podem ter induzido a voto útil que prejudicou Heitor Férrer (à época no PDT), que aparecia em quarto nas pesquisas, quando terminou em terceiro, bem perto do segundo lugar.   Porém, creio que o voto útil não deixa de ser legítimo. Muitas vezes, é considerado despolitizado. Mas não creio que isso seja verdade. Pelo contrário, exige informação política, raciocínio e até um pouco de estratégia. É legítimo que o eleitor observe o cenário ideal como improvável e opte pelo caminho mais viável para evitar aquilo que considere o mal maior. Isso é do jogo. Faz parte das escolhas políticas, das prioridades de cada um.   Sobre os erros de pesquisa, muita gente sugere proibir os levantamentos. Ora, seria dar ainda menos informação ao eleitor para tomar sua decisão, inclusive considerando esses aspectos. Tirar subsídios da população para decidir. Outros propõem impedir as pesquisas perto da eleição. Nesse caso, seria deixar para o eleitor apenas informação desatualizada, sobre cenário que pode já ter mudado. A questão é criar critérios para que a informação tenha mais rigor e qualidade.   Pois bem, na atual eleição em Fortaleza, o voto útil pode ser o fator capaz de mais promover alterações daqui até a eleição, dentro de 11 dias. E a mesma candidatura pode ser prejudicada e beneficiada pelo fenômeno.   EFEITOS DO VOTO ÚTIL Terceira colocada nas pesquisas, Luizianne Lins (PT) pode ser das mais prejudicadas pelo voto útil. As simulações de 2º turno apontam que ela seria derrotada em eventual disputa contra Roberto Cláudio (PDT). Já em um 2º turno entre o atual prefeito e o Capitão Wagner (PR), haveria empate técnico, com chance de vitória para o candidato do PR.   Assim sendo, um eleitor de oposição, que deseja mais que tudo a saída de Roberto Cláudio, pode deixar de votar em Luizianne para aderir a Wagner, caso julgue que ele teria mais chance contra o atual ocupante do cargo.   Mas há outro movimento possível. O eleitor que considere que nem Roberto Cláudio nem Wagner são opções aceitáveis pode decidir apostar em Luizianne, num último esforço para tentar levá-la ao 2º turno. Nesse caso, votos que seriam de Heitor ou de outros podem acabar indo para a petista. Assim, Luizianne pode se beneficiar do mesmo voto útil que ameaça lhe tirar alguns votos.   IMPACTO RELATIVO Muitas vezes, o voto útil é superestimado. Em 2014, mesmo que as pesquisas até bem parto da eleição apontassem Marina na frente de Aécio, ele conseguiu virar nos últimos dias. Em 2004, Inácio Arruda (PCdoB) se colocava como o candidato de esquerda com chance de ir ao 2º turno. Por isso, o próprio partido de Luizianne passou a defender o voto no candidato do PCdoB. Mas, nas urnas, o eleitor não embarcou nessa tese. As pesquisas atestaram o crescimento da petista na reta final. E ela foi para o 2º turno acabou eleita.   Em 2012 mesmo, apesar de as pesquisas não indicarem que Heitor estava na briga pelo 2º turno, ele teve quantidade muito expressiva de votos, que o manteve firme na disputa. Não houve debandada. De modo que a indução de votos pelas pesquisas e pelo voto útil talvez seja menor do que se projeta muitas vezes.
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