“Vamos analisar os dados dentro desses eixos, conversar e lançar ideias que possam compor o relatório do Comitê pela Prevenção de Homicídios na Adolescência que deverá ser lançado em novembro”, salientou. Roseno avaliou que há sinais de alerta para identificar  jovens que podem ser vítimas de homicídio.

Relatório preliminar do Comitê, apresentado em julho passado, apontou que 97% dos adolescentes assassinados em Fortaleza são homens e 65% são negros. Foram 145 casos analisados. O estudo identificou  ainda que 53% dos jovens mortos nunca cumpriram medidas socioeducativas e 74% estavam fora da escola há, pelo menos, seis meses. Entre os adolescentes que cometeram homicídios, 53% têm conflitos no bairro ou em outro território.

O coordenador do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no Ceará, Rui Aguiar, frisou que é importante analisar os dados e as pesquisas para ajudar a entender as causas da impunidade, da vulnerabilidade das famílias, da cultura da violência e do abandono da adolescência. “Entender as causas da violência é fundamental para trabalhar na redução da violência”, observou.

A coordenadora do programa de proteção a criança do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no Brasil, Casimira Benge, destacou que é importante reunir os dados de entrevistas feitas nas comunidades com mães que perderam os filhos, com famílias que vivem em áreas de vulnerabilidade e demais pessoas da comunidade para pensar nas informações e conseguir alimentar as políticas públicas. “A Assembleia Legislativa, o Comitê pela Prevenção de Homicídios e o Governo do Estado estão de parabéns porque conseguiram chegar até aqui e continuam trabalhando para identificar causas e soluções para a violência no Estado”, observou.

O Comitê é uma iniciativa da Assembleia Legislativa, em parceria com o Governo do Estado do Ceará e Unicef. Foi criado com o objetivo de compreender o fenômeno da violência entre os jovens – com foco na faixa etária de 10 a 19 anos – para elaborar propostas de políticas públicas que apontem para a prevenção e a redução de homicídios cometidos por adolescentes e contra adolescentes no Ceará.

O colegiado é presidido pelo deputado Ivo Gomes (PDT) e tem como relator o deputado Renato Roseno. Também fazem parte os deputados Zé Ailton Brasil (PP), Augusta Brito (PCdoB) e Bethrose (PMB).

GM/AT