Apesar de capaz de influenciar voto de eleitores em Fortaleza, o apoio de “padrinhos” políticos a candidatos à Prefeitura ainda não é claramente identificado por boa parte do eleitorado da Capital.
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Ponto de vista
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Em análise de dados da pesquisa O POVO/Datafolha, fica exposta confusão entre os eleitores de determinados candidatos.
As relações acabam criando, inclusive, uma série de circunstâncias curiosas.
Maiores cabos eleitorais de Roberto Cláudio (PDT), o governador Camilo Santana (PT) e o ex-governador Cid Gomes (PDT), por exemplo, são rejeitados por 42% e 43% dos eleitores do atual prefeito, respectivamente.
Ou seja, quase metade dos entrevistados da pesquisa que dizem votar em RC, afirmam também que não votariam de jeito nenhum em candidato apoiado por Camilo ou Cid. No caso, o próprio prefeito.
Já a aceitação a um apadrinhado do senador Tasso Jereissati (PSDB), por exemplo, é ligeiramente maior entre eleitores de Roberto Cláudio, com 29%, do que entre eleitores de Capitão Wagner (PR), com 28%. Apesar disso, é o candidato do PR que está em chapa com o tucano.
Como todos os padrinhos têm alta rejeição entre os fortalezenses, situações do tipo se repetem, em maior ou menor grau, em quase todas as outras candidaturas.
Luizianne Lins
Essa indistinção entre padrinhos e afilhados aparece menor entre entrevistados que se dizem eleitores da ex-prefeita Luizianne Lins (PT). Entre eles, a rejeição do ex-presidente Lula (PT), maior aliado da petista na disputa, atinge patamar bem reduzido, com 29%.
Já a rejeição a adversários tradicionais da petista, como Tasso Jereissati (PSDB) e Michel Temer (PMDB), chega a nível mais alto entre eleitores da petista, em 62% e 91%, respectivamente.
Eleitores que pregam o voto nulo ou branco acabam sendo os mais “coerentes”: entre estes, quase todos os padrinhos são amplamente rejeitados. Curiosamente, o líder com menor rejeição entre eleitores que prometem anular voto é Tasso Jereissati, com 65%.
A pesquisa O POVO/Datafolha foi realizada nos dias 18 e 19 de agosto e ouviu 800 eleitores em diversos bairros de Fortaleza. A margem de erro máxima é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
A pesquisa foi registrada no Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) com número CE-03508/2016. (Carlos Mazza)