Henrique Araújo,editor-adjunto de Conjuntura
No primeiro dia de campanha em Fortaleza, já é possível ver esboçarem-se as posições que cada candidato pretende ocupar no imaginário do eleitorado. Até aqui, porém, nenhum deles logrou sair da zona de conforto. Capitão Wagner (PR), por exemplo, tentou afastar-se do “perfil policialesco” que atribui a Moroni Torgan (DEM),mas acabou apelando à segurança como cartão de visitas ao defender o armamento da Guarda Municipal, uma força cuja função primordial é cuidar do patrimônio. Se a intenção de Wagner é descolar-se da imagem de militar; que se associa facilmente à truculência e pode ser explorada pelos adversários, precisará de mais empenho do que vem demonstrando. Noutra ponta, Roberto Cláudio (PDT), candidato à reeleição, investe na desconstrução da fama segundo a qual prioriza áreas ricas da cidade. Logo pela manhã, RC fez ato no Vila Velha e carreata no Genibaú, duas das áreas mais pobres da Capital. Seu desafio é provar que fez mais na periferia do que reformar praças às vésperas da eleição. Luizianne Lins (PT) e Heitor Férrer (PSB) escolheram o Centro como ponto de partida. Para Heitor, não basta repisar o discurso de “campanha franciscana” - a falta de recursos não lhe dá carta branca para evitar grandes temas da cidade, como a feira da José Avelino, o IJF 2 e a regulamentação do Uber. Já Luizianne enfrenta o fantasma de sua própria gestão.
À candidata, impõe-se a tarefa de convencer o eleitorado a lhe conferir um terceiro mandato depois de haver rejeitado o seu sucessor e hoje vice, Elmano de Freitas. Não será fácil.