O encontro contou com a presença do diretor do longa-metragem, cineasta Fernando Meirelles, que participa do 22º Cine Ceará - Festival Ibero-Americano de Cinema. Na ocasião, os participantes mencionaram a grande repercussão do filme, mesmo após 10 anos de seu lançamento.

Ao iniciar o debate, o deputado Lula Morais (PCdoB) considerou que o momento atual vem sendo positivo para o cinema brasileiro. "Estamos tendo um progresso bastante significativo, e o audiovisual brasileiro melhorou a qualidade, aprofundou-se", frisou o parlamentar. Lula apontou, ainda, para a profissionalização da área no País.

Fernando Meirelles salientou a projeção que o filme ganhou tanto no Brasil, quanto no exterior. Na avaliação do diretor, o resultado de toda essa projeção foi positivo. "O filme gerou essa onda que se chama de 'favela moovie'. Lá fora, é incrível o número de estudantes que me falam que se inspiram nesse trabalho”. Meirelles também destacou que “comemorar os 10 anos de um filme é uma coisa rara, ainda mais em uma Assembleia Legislativa”.

A jornalista Maria do Rosário Caetano, da Revista de Cinema, afirmou estar emocionada com a homenagem da Assembleia Legislativa do Ceará ao filme. Para ela, Cidade de Deus "abriu o mercado para dezenas de atores, meninos da favela. É um filme seminal".

O crítico de cinema Luiz Zanin salientou o intenso debate que ainda hoje se faz em relação ao filme Cidade de Deus. "A crítica se dividiu entre os que amavam o filme, sem nenhuma restrição, e os que odiavam o filme", disse. Segundo ele, desde 1967, com o lançamento de Terra em Transe, dirigido por Glauber Rocha, "nenhum outro filme tinha conseguido mobilizar com tanta paixão os jornalistas que escrevem sobre cinema".

Para jornalista Ana Maria Bahiana, única jurada brasileira no Globo de Ouro, Cidade de Deus construiu uma temática que entrou para o repertório do cinema. "Conspiro muito a favor dos filmes brasileiros", confessou.

Também participaram do debate o presidente do Inesp e da Câmara de Audiovisual, Paulo Linhares; o cineasta cearense Wolney Oliveira, mentor do Cine Ceará; além de alunos dos cursos de cinema e audiovisual da Unifor, UFC, Casa Amarela e Vila das Artes.
RW/LF