O embate deu-se porque o peemedebista criticou a postura de Eliane. Apesar de ser do PSB, ela tece duras críticas à gestão do governador Cid Gomes – também presidente estadual do partido. Numa de suas falas, Diógenes sugeriu à parlamentar que tomasse um “lexotanzinho” e procurasse um psiquiatra ou um psicólogo antes de vir à AL, atribuindo ainda o a atitude da parlamentar a “problemas hormonais das mulheres”.

Eliane classificou o episódio como “lamentável”. “É repugnante, porque chega ao ponto de tratar assuntos relativos à saúde da mulher como algo degenerado, vergonhoso e ínfimo. Prova que a opressão contra a mulher é recorrente em todas as camadas, de forma ostensiva. A violência contra a mulher existe desde a piada mais leve e inocente até a humilhação pública, o espancamento, as torturas e os homicídios”, afirmou, dizendo já ter cópias do áudio da sessão.

Ela cobrou um posicionamento oficial da Mesa Diretora da Casa sobre a situação. Eliane disse que deve acionar o Conselho de Ética na próxima segunda-feira (04/06). De acordo com a deputada, a Procuradoria da Mulher e a Comissão dos Direitos Humanos da AL também serão envolvidas na investigação de possível quebra de decoro. “Meu mandato não é de brinquedo. É um mandato produtivo, transparente e a serviço do povo. Ele (Perboyre) cometeu injúrias. Esta Casa tem a obrigação de tomar uma providência”, considerou.

Em aparte, a deputada Dra. Silvana (PMDB) disse que não são questões de gênero fatores definitivos para alguém ter temperamento difícil. Ela elogiou o trabalho realizado por Eliane Novais nesses 18 meses de atuação legislativa. “O mandato de Vossa Excelência é brilhante na defesa do povo e da mulher. Acredito até que ele vai se explicar. Mas sou solidária ao seu sofrimento. Continue firme. Continue forte”, pontuou, revelando ter recebido ligação de Perboyre pedindo desculpas sobre o ocorrido.

O deputado Roberto Mesquita (PV) ponderou que problemas do PSB não podem servir de margem para discussões no plenário da AL. Conforme o parlamentar, eles devem ser tratados no âmbito interno da agremiação. “Mas, sobre essa situação pontual (a discussão com Perboyre), que esse Parlamento se posicione. Sei que lhe feriu e feriu a outras mulheres. Mas, quando ele recua para pedir desculpas, lhe suplico que dê a oportunidade de desenvolvermos o bom debate com as diferenças que temos. Como democrata que é, abra a porta de negociação”, sugeriu.
BC/CG