O pré-candidato à Prefeitura de Fortaleza, Heitor Férrer garante que tem a experiência e o julgamento necessários para comandar a quinta capital do País. A ponderação é uma resposta às críticas de que lhe falta experiência no Executivo para comandar a gestão do município. Embora inexperiente no Executivo, Heitor representa, para seus aliados, “uma cara nova” e seu partido aproveita essa condição para pregar mudanças na forma de “fazer política”, a começar pelo princípio de que não se pode prometer o que não se pode realizar.
heitor ferrer - paulo rocha ( AL)
Crédito: Paulo Rocha (AL)
Ao jornal O Estado, Heitor afirmou que a falta de experiência como gestor não impede um político ser candidato à Prefeitura, ou a qualquer outro cargo no Executivo. Em sua fala, o socialista relaciona quase todas as demandas sobre as quais é cobrado como a questão financeira do Estado e promete propostas “exequível” dentro do orçamento municipal.
“Às vezes, questionam que eu estou novamente como postulante à chefia da capital cearense sem nunca ter ocupado cargo no Executivo, mas isso, não é problema, porque quem não sabe aprende”, frisou, acrescentando que “o que faz uma boa administração municipal, estadual ou federal é ter uma equipe de qualidade e, acima de tudo, de muita competência”.
Heitor lembrou que, desde a gestão de Ciro Gomes até hoje, nenhum dos ocupantes da chefia do Palácio do Bispo teve experiência anterior no Executivo e, mesmo assim, foram prefeitos de Fortaleza. “No caso de uma vitória, no próximo mês de outubro, vou formar uma equipe com todas as qualidades necessárias”, prometeu, acrescentando “tenho a experiência e o julgamento para tratar de todas as questões que envolvem o cargo de prefeito”.
Férrer é deputado estadual de quarto mandato e ganhou notoriedade pela oposição que fez ao governo Cid Gomes. Antes, havia sido vereador de Fortaleza por três vezes e, em 2004, candidatou-se à Prefeitura da capital pela primeira vez, quando Luizianne saiu vitoriosa no segundo turno, contra Moroni Torgan, do então PFL. O então pedetista, durante a gestão Cid Gomes, foi uma voz praticamente isolada no parlamento, devido à larga base de apoio e seu antigo partido, o PDT, exercer apoio ao governo Cid.
Heitor ainda criticou o uso da máquina pública na campanha do prefeito Roberto Cláudio. Mas ressaltou que o eleitor de Fortaleza saberá escolher o futuro prefeito. Segundo ele, o eleitorado de Fortaleza é “histórico” e, por isso, saberá avaliar o momento vivenciado pela capital cearense. Ele assegurou que apresentará um programa de governo “simples” e “exequível”. Fora isso, de acordo com ele, é prometer “terra na lua, ou seja, enganar o eleitor como muitos candidatos fazem”.
Alianças
No último final de semana, o socialista participou do seminário na Fundação João Mangabeira, onde tratou das eleições municipais em todo País. Férrer reconheceu que as composições não são fáceis e, para ele, o pleito promete ser acirrado. Disse que a base de oposição tem grantes partidos, como PMDB, PR e PSDB, que naturalmente buscarão o que for mais conveniente. E acrescentou que o PSB tem conversado com aliados para compor uma chapa e disse não temer a disputa eleitoral, pois, anteriormente, já enfrentou diversos problemas nas campanhas passadas. Em 2012, Heitor ficou em terceiro lugar e culpou as pesquisas eleitorais por seu desempenho.
Impeachment
Sobre o cenário nacional, o socialista lembrou que a executiva nacional da sigla decidiu apoiar o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff no Congresso até que seja concluído. E assegurou que o processo não se trata de um “golpe”, como defendido por aliados de Dilma, mas sim de um instrumento que se encontra na Constituição Federal. O PSB integrou o governo Dilma, mas deixou a base aliada por divergências. Segundo ele, o Governo Federal perdeu a governabilidade e que a degeneração do Partido dos Trabalhadores contaminou a presidente Dilma.
“O PT, infelizmente, está ingovernável e, por isso, a permanência no poder da presidente Dilma seria desastroso para a economia brasileira”, disse, acrescentando que, caso Michel Temer também sofre dos “mesmos pecados”, em referência às pedaladas fiscais.