Aprovação do impeachment de Dilma Rousseff (PT) em primeira votação no Senado já implica mudanças não apenas nas eleições municipais, mas nas articulações nas Casas Legislativas, que sofrem alteração na hipótese de Michel Temer (PMDB) assumir Presidência.
A análise é de vereadores de Fortaleza e deputados estaduais que, entre outras coisas, destacam força que PMDB ganharia para arrancar partidos menores da base dos governos municipal e estadual. “Há algumas legendas que transitam com essa situação. O PT ficaria isolado”, afirmou o líder do PMDB na Assembleia Legislativa (AL-CE), Audic Mota.
Na Câmara Municipal de Fortaleza, o prefeito Roberto Cláudio (PDT) pode perder partidos da base, prevê o líder da oposição na Casa, Ronivaldo Maia (PT). As duas legendas, PDT e PT, opositoras na Câmara e aliadas na AL-CE, não teriam nada a ganhar com a nova conjuntura.
Se isso poderia aproximá-las para a eleição deste ano, porém, já é outra história. “A pauta de uma eleição municipal é sempre muito local”, pondera o líder do prefeito na Câmara, Evaldo Lima (PCdoB).
Se acontecer, o apoio deve se dar apenas no segundo turno, porque o PT não deve abrir mão de lançar candidato próprio. É o que afirma o presidente da sigla no Ceará, o deputado estadual Elmano de Freitas.
Ele diz que não há mais possibilidade de o PT não ter candidato próprio e que no dia 30 de abril o nome para a disputa já pode ser escolhido.
A consumação do impeachment de Dilma não impediria a candidatura, mas, segundo petistas, fortaleceria a tese. “É muito mais razoável que um petista faça a defesa do PT nesse momento”, argumenta Elmano. (Letícia Alves)