Uma ameaça de bomba nos arredores da Assembleia Legislativa levou deputados a relatarem a sensação de insegurança no Ceará. Logo no início da sessão plenária de ontem, o deputado Ely Aguiar (PSDC) lembrou que durante sua carreira como “jornalista policial” nunca sofreu ameaças, mas disse que, hoje, está preocupado com a onda de violência. O parlamentar narrou que há especulações de que os 13 quilos de explosivos localizados no interior de um carro, no estacionamento, ao lado da Assembleia Legislativa, tenham relação direta com a retaliação de bandidos à matéria aprovada na AL sobre o uso de bloqueadores de celulares em presídios.   O parlamentar chamou atenção para a falta de segurança para quem desempenha a atividade política. “Na realidade, todos nós estamos expostos. Eu não ando com segurança, nem com motorista. Isso causa uma preocupação muito grande”, enfatizou para, em seguida ponderar que: “Não podemos fazer nenhuma análise precipitada, de qual o objetivo, qual o interesse, pois estamos nos campos das investigações”. Ely Aguiar cobrou uma posição dos gestores da segurança e pediu “que o governo não coloque sob a responsabilidade da Assembleia e sim da Segurança Pública”.   Sobre a insegurança relacionada as atividades parlamentares, o presidente da Casa, José Albuquerque (PDT), também reforçou especulações em torno das causas supostamente relacionadas ao artefato encontrado. “Também fui informado que poderia ser a causa o Ceará sem Drogas”, revelou. O programa citado teve início em 2014 com o intuito de mobilizar a sociedade cearense em torno da prevenção e do enfrentamento à dependência química. O parlamentar lembrou que na última quinta (31) esteve em evento de campanha pela promoção do projeto.   O deputado Renato Roseno (Psol) repercutiu o fato e disse que a quantidade de explosivos poderia ter tirado vidas. O parlamentar reforçou que a Casa deve adotar as iniciativas para solucionar o caso e sugeriu que “a mesa diretora e o colégio de líderes convidem o secretário de Segurança ao diálogo.”   Secretário Diante das reivindicações, José Albuquerque assumiu que, por causa do volume de atividades da Casa, foi uma falha não fazer convites periódicos ao secretário de Segurança Pública, Delci Teixeira, para que ele apresente esclarecimentos sobre as atividades na Assembleia Legislativa. “Até o final do mês, o secretário estará na Casa e o traremos mensalmente”, prometeu.   De acordo com o presidente da Casa, a segurança é rigorosa nas dependências com a identificação dos visitantes e no entorno, com rondas, de carro e moto. O deputado complementou que os carros que ficam muito tempo parados no local são prontamente averiguados e foi isso que ocorreu. Segundo ele, se o parlamento não tivesse uma segurança rigorosa, a população não teria nem tomado conhecimento do fato. Albuquerque narrou que a segurança “percebeu que havia um carro parado há bastante tempo. O procedimento é olhar a placa. Verificou-se que era um carro roubado. Órgãos de segurança foram chamados e a rua interditada”, explicou o parlamentar.