Citando escândalos no cenário político divulgados pelos meios de comunicação, o deputado Renato Roseno (PSOL) defendeu, ontem, na Assembleia Legislativa, a necessidade de uma terceira via na política brasileira. "Diariamente ficamos a nos perguntar o que vai acontecer com o comando do País. O sentimento é generalizado de nojo e desalento que grande parte da população tem com relação à esfera política", disse. "Esse sentimento legítimo de revolta não pode ser menorizado, por mais que queiram os defensores do governo, diminuir a intensidade e envergadura desse sentimento".
Roseno disse não ser aceitável a acusação de oposicionistas quando apontam que o PT iniciou a utilização da "coisa pública" em benefício privado. "Vem de muito antes. E os brasileiros precisam ter cuidado com algumas lideranças políticas que se colocam hoje como salvadores e disso não têm nada", ponderou.
De acordo com Roseno, a sociedade sofre com um esgotamento de representatividade, resultando em oportunismo. "Temos visto crescer várias formas de intolerância e vozes beirando o fascismo", lamentou. "Na manifestação do último domingo, um deputado federal subiu em trio elétrico e defendeu, em frente ao Congresso Nacional, que os brasileiros deveriam andar nas ruas armados com fuzil. Isso é, no mínimo, falta de racionalidade para agir de tal maneira diante de uma crise generalizada".
Mercado
O parlamentar relatou que Dilma Rousseff tem um governo fragilizado e entrega ao mercado privado o que ele quer. "Exemplo é o pré-sal e a flexibilização da CLT. O mercado está conseguindo tudo o que sempre procurou. Precisamos fazer política com p maiúsculo", declarou.