O Governo do Estado solicita, no decreto, que os recursos sejam destinados para áreas prioritárias. A única exceção ao bloqueio são as verbas do Sistema Estadual da Cultura (Siec) que são direcionadas para a programação carnavalesca nos municípios e para as agremiações.
De acordo com o primeiro secretário da Casa, deputado Sérgio Aguiar (Pros), o decisão é positiva. O deputado defende que os recursos públicos devem ser destinados, prioritariamente, para a área da saúde e o combate aos efeitos da estiagem no Ceará.
Entretanto, Sérgio Aguiar avalia que isso pode ter um impacto econômico negativo nos municípios que recebem foliões nesta época do ano. “O Carnaval atrai muitos turistas nacionais e internacionais, principalmente nas regiões litorâneas", lembra o parlamentar.
A deputada Rachel Marques (PT) defende que a prioridade é atender as emergências ocasionadas pela estiagem. “A solução está na busca de recursos para a perfuração de poços, cisternas e para o abastecimento da água nos locais de enfrentamento à seca”, afirma.
Na avaliação do deputado Carlos Matos (PSDB), o Estado está enfrentando um momento difícil devido à falta de chuva e a situação da saúde. “A situação hídrica do Ceará é um tema importante que será tratado neste ano no Parlamento cearense”, ressalta.
O deputado Capitão Wagner (PR) também disse concordar com suspensão dos repasses para o Carnaval. Ele sugere que os recursos sejam encaminhados para a saúde, para ações de convivência com a estiagem e para a segurança pública.
Para o deputado Renato Roseno (Psol), a função do Estado é orientar as despesas públicas para áreas prioritárias, como a saúde pública e o combate a ao mosquito aedes aegypit - transmissor da dengue, zika vírus e chikungunya.
Renato Roseno também critica a maneira como o carnaval é realizado no Ceará. “O carnaval cearense tem que ser mais valorizado. Muitas vezes, os nossos músicos não são reconhecidos”, afirma o parlamentar, criticando a contração de artistas de fora que, geralmente, cobram um cachê mais alto.
WT/GS