Tudo indica que a sessão ordinária desta quinta-feira será a mais longa do ano, conforme adiantou, ontem, o deputado Agenor Neto (PMDB), na tribuna da Assembleia Legislativa. Não há consenso entre os parlamentares sobre as mensagens que tratam de reajustes nas alíquotas do ICMS e IPVA para alguns produtos, o que deve gerar muita discussão e embates ao longo do dia.
Na segunda-feira passada, a reunião das comissões conjuntas onde eram discutidas emendas à matéria teve início às 15 horas e durou por toda a noite, quando as feitas foram derrotadas pela relatoria. Durante toda a manhã de ontem, o líder do Governo, Evandro Leitão (PDT), esteve no Palácio da Abolição, negociando com o Governo consenso para algumas emendas.
Conforme o pedetista, até hoje ele trabalhará para convencer seus pares a não apresentar emendas ou recursos ao plenário. Para a liderança do Governo, somente os aliados Roberto Mesquita (PV), Joaquim Noronha (PP) e Bruno Gonçalves (PEN) podem votar contra a proposta, assim como apresentarão emendas à mensagem.
Divergentes
Entretanto, conforme apurou o Diário do Nordeste, nenhum partido ou bloco político fechou questão quanto à votação de logo mais. O líder do bloco formado por PDT, PP, PEN e PSL, deputado Ferreira Aragão (PDT), afirmou que liberou a bancada, uma vez que há pensamentos divergentes quanto à proposta.
Segundo ele, seu partido só votará favorável à mensagem se ela tiver modificações, principalmente sobre o aumento de cobrança de combustível.
Roberto Mesquita, que lidera o bloco do PV, DEM, PTN, PHS, PSC, PRP, PRB e SD, destacou que os liderados ficarão livres para votarem de acordo com a consciência de cada um. Lucilvio Girão (SD), por exemplo, afirmou que ainda estava aguardando uma resposta do Governo quanto às emendas apresentadas. O mesmo aconteceu com Bruno Pedrosa (PSC), que quer isenção de IPVA para transporte complementar de Fortaleza.
Joaquim Noronha disse que a atitude do Governo não tem sido democrática, pois, na votação de emendas nas comissões, não se acatou qualquer sugestão dada por aliados ou oposicionistas.
O PR deve votar contra a mensagem, afirmou Fernanda Pessoa (PR). O PSDB e PSOL também devem seguir os colegas oposicionistas. Renato Roseno (PSOL) vai tentar destacar parte da matéria que trata do aumento na cobrança de combustíveis.
O PMDB fechou questão quanto à votação da matéria e deve votar contra o texto original. Sérgio Aguiar (PROS) aponta que o bloco do PROS, PCdoB, PT e PSD não fechou questão quanto à matéria, pois não houve reunião formal para tratar do assunto.