Você está aqui: Início Últimas Notícias Moradores de Mundaú cobram espigões para conter avanço de rio
Audic Mota ressaltou que já existe um projeto de contenção pronto, aguardando apenas recursos por parte do Governo do Estado para a execução ter início. O documento foi enviado Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) em novembro do ano passado, de acordo com do deputado.
Segundo o padre Arão dos Santos, presidente da Associação de Moradores de Mundaú, a população foi orientada que as obras de construção dos espigões poderiam ser executadas com recursos de compensação ambiental. Uma primeira versão do projeto foi entregue ao Conpam em 2011. “Mas de lá para cá, não tivemos mais resposta e a população está apreensiva. Se o rio avançar, as famílias ficarão desamparadas. Toda a contenção de pedras ao redor da praça de Mundaú está cedendo”, alertou o padre.
O secretário de Turismo e Meio Ambiente de Trairi, Robson Vicente, vários estudos técnicos já foram realizados e parte do espigão já foi construída. “Não temos que fazer projeto, mas executar o que já temos. Precisamos executar e terminar a obra, com um espigão dentro do rio e outro no mar. Mundaú corre risco de sofrer uma catástrofe com as marés de dezembro”, afirmou.
Paulo de Tarso, coordenador da Coordenadoria de Biodiversidade (Cobio), da Secretaria de Meio Ambiente (Sema), alerta para a ocupação desordenada do litoral, problema comum a vários trechos da orla cearense, como Icapuí, Camocim, Cascavel e Caucaia.
“O avanço do mar ou desvio de leito de rio são processos naturais. Quando a ocupação ocorre em áreas que não são propícias, aparecem os problemas”. “A natureza deve ser respeitada. É preciso entender o quanto se pode mexer com o mar”, acrescentou a deputada Dra. Silvana, presidente da Comissão de Meio Ambiente da AL.
Paulo de Tarso defendeu ainda que o projeto já existente tem de ser revisto, com a participação de outras pastas do Governo. “Temos que unir forças com Secretaria de Infraestrutura, Ministério da Integração, e o município. Se necessário, inclusive, decretar estado de calamidade pública. Um só órgão não resolverá o problema”, opinou. Sobre os recursos de compensação ambiental, Paulo de Tarso explicou que o “Tribunal de Contas do Estado negou qualquer possibilidade de usar esse recurso em obras”.
Durante a audiência pública, foi definida comissão de trabalho, com representantes da AL, prefeitura de Trairi, Governo do Estado, associação do município, a fim de acompanhar o problema. De acordo com o deputado Audic Mota, a comissão vai dispor de um prazo de 90 dias para definir os recursos para a construção dos espigões. Além disso, será marcada uma reunião para debater o assunto com o titular da Sema, secretário Artur Bruno.
Também participaram da audiência pública o deputado Naumi Amorim (PSL), os vereadores de Trairi Marcos Prado e Henrique Mauro Filho; o chefe de gabinete da Prefeitura de Trairi, Edilardo Eufrásio; o ex-prefeito do município, Henrique Mauro; e Carlos Henrique Batista Porto, representando a prefeita de Trairi, Regina Nara.
LF/JU