O deputado estadual Renato Roseno (Psol-CE) afirma que ato pela tarde é mais ligado ao governo, e que da manhã não faz coro “nem à direita conservadora, nem com o governismo”. O presidente do PT no ceará, Diassis Diniz, discorda. Segundo ele, o que acontece é que “quando você diz que é uma manifestação contra o golpe, você acaba defendendo a Dilma”, e completa: “Como o governo vai patrocinar o governo pra criticar ele mesmo?”.
Wil Pereira, presidente da Central Única dos Trabalhadores no ceará (CUT-CE), no entanto, nega que os protestos estão divididos. Segundo ele, hoje é um “dia de luta” e a divergência de horários aconteceu por decisão dos organizadores. Francisco Antônio Pereira, da coordenação do Movimentos dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), confirma, e afirma que o grupo estará presente nos dois horários.
Representantes dos movimentos que conversaram com O POVO foram unânimes em dizer que os atos de hoje não são resposta aos protestos de domingo, porque teriam objetivos muito distintos. Da mesma forma, afirmaram que a quantidade de manifestantes não pode ser comparada, porque os primeiros foram divulgados com mais antecedência. Apesar de reconhecerem a legitimidade deste momento, fizeram críticas a ele. Para Diassis, “o que aconteceu domingo foi uma grande festa”, e para Farias, participantes estavam “batendo panela de barriga cheia”.