Nascido em uma família de músicos e morador de Copacabana, berço da bossa nova no Rio, Luís Carlos Vinhas já tocava profissionalmente aos 17 anos, animando as matinês do Clube Caiçaras, na Lagoa, zona sul carioca.
Colega dos violonistas Roberto Menescal e Carlos Lyra no Colégio Mallet Soares, em Copacabana, o pianista contou com a ajuda dos amigos para iniciar a vida de boêmio. Carlos Lyra lembra que a mãe de Vinhas jogava todas as roupas dele na banheira, para que ele não saísse.
Frequentador das famosas festas no apartamento da cantora Nara Leão nos anos 1960, Luís Carlos Vinhas começou a carreira acompanhando a breve incursão da atriz Norma Bengel como cantora. Em 1961, formou o Bossa Três, junto com o baterista Edson Machado e o baixista Tião Netto.
Depois de um ano tocando no Beco das Garrafas, no Rio, tradicional reduto da bossa nova, o grupo percorreu os Estados Unidos, apresentando-se nas principais casas de jazz, e chegou a participar do programa de televisão de Ed Sullivan.
Ao longo da carreira, Luís Carlos Vinhas gravou nove discos solo e tocou com nomes como João Gilberto, Tom Jobim e Vinícius de Moraes, sem contar o trabalho acompanhando artistas como Elis Regina, Maria Bethânia, Maysa e Jorge Ben.
No fim da década de 1960, o pianista chegou a receber canjas de cantoras do porte de Sarah Vaughan e Liza Minelli na boate carioca Flag, que ajudou a criar. Antes de morrer, o músico vinha se apresentando ao lado da cantora Wanda Sá.
Em 1968, gravou seu primeiro LP solo, “O som psicodélico de Luis Carlos Vinhas”, lançado pela gravadora CBS. Atuou como pianista em discos de Elis Regina, Maria Bethânia, Wilson Simonal, Jorge Benjor e Quarteto em Cy, entre outros.
Gravou ainda “Luís Carlos Vinhas no Flag”, “Luís Carlos Vinhas”, “Baila com Vinhas”, “O piano mágico de Luís Carlos Vinhas”, “Piano maravilhoso” e “Vinhas e bossa nova”.
Brasilidade é uma produção de Fátima Abreu e Ronaldo César e é apresentado por Narcélio Limaverde aos domingos, às 11h, com reprise às terças-feiras, às 23h.
Da Redação