Com isso, segundo o coronel, faltam carros-pipa para atender todas as cidades em situação de emergência hídrica. Atualmente, o programa conta com 1.380 veículos, que atendem cerca de 93 mil pessoas em 109 cidades.
Para o deputado Carlos Matos (PSDB), requerente da audiência pública, as autoridades precisam se preparar melhor para enfrentar os problemas causados pela falta d’água. “Estamos no quinto ano de seca, pensávamos que o Ceará estava livre para enfrentar situações de escassez de água. É preciso organizar a força política necessária para que os governos federal, estadual e municipal possam se envolver e ajudar a resolver esse problema”, defendeu.
O capitão Nelson Uchoa, da Defesa Civil, informou que, durante o último quadriênio, foram repassados cerca de R$ 52 milhões pelo Ministério da Integração Nacional. O montante foi investido em ações como operação carro-pipa e distribuição de cestas básicas. “Atualmente, o Ministério vem repassando para a Defesa Civil do Estado R$ 70 milhões”, informou. Com o montante, foram construídas adutoras em Quixeramobim, Ibicuitinga, independência e Arneiroz.
O presidente da Federação da Agricultura do Ceará (Faec), Flávio Saboia, ressaltou que muitos municípios estão vivendo em “situação extremamente crítica”. “Há probabilidade de os rebanhos desaparecerem por falta de água em algumas regiões”. Saboia ainda citou que a Defesa Civil nacional dispõe de recursos específicos para o consumo animal. “A pecuária é o sustentáculo das atividades no semiárido nordestino”, enfatizou.
O secretário adjunto da Secretaria de Recursos Hídricos (SRH), Ramon Flávio Gomes, anunciou que, desde 2012, o Estado vem recebendo recursos do Ministério da Integração para a aquisição de nove Estações de Tratamento de Águas (ETAs) móveis. O secretário adjunto lembrou ainda sobre o programa Água Doce, desenvolvido em parceria com o Ministério do Meio Ambiente, que tem a finalidade de implantar desalinizadores em 222 comunidades cearenses.
Também participaram da audiência pública Laucimar Loiola, diretor de produção do Dnocs; Carlos Néri, representante dos Perímetros Irrigados; Marcondes Ribeiro, do Sistema Integrado de Saneamento Rural (Sisar); Jadson Sarto, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Ceará (Sindiagua); Raimundo José Félix, representando o secretário do Desenvolvimento Agrário (SDA), Dedé Teixeira.
Ainda estiveram presentes o diretor de Agronegócio da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), Silvio Carlos; José Alberto Bessa, presidente do Conselho Temático de Agronegócios (Conag) da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec); Caio Moreira, representando o Ministério da Agricultura; Alcides Duarte, do Comitê Cearense de Bacias Hidrográficas; João Teixeira Junior, da Câmara Setorial da Fruticultura; e Caetano Rodrigues,secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Irauçuba; e Luiz Carlos Ribeiro, presidente da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares no Estado do Ceará (Fetraece).
LF/GS