Antônio Carlos, líder do Governo, diz que ainda há resquícios de governos anteriores, mas o Ceará já melhorou muito
VIVIANE PINHEIRO
O deputado Heitor Férrer (PDT), destacou ontem, no plenário da Assembleia, que a miséria no Estado aumentou entre 2008 e 2009, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Apesar de todas as ações do Governo, o pedetista alega que, até o momento, a atual administração não conseguiu uma vitória no combate à pobreza.
Férrer aponta que de acordo com a pesquisa, em 2008, o Ceará possuía 9,3% de miseráveis, mas em 2009, esse número pulou para 10,9%. "Sei que o governante tem todo interesse em tirar esta mácula do seu Governo e deixar o Ceará com menos pobres, mas até o quinto ano de Governo o número de pobres subiu. Um indicador que nos envergonha", considerou.
Para o parlamentar, essa é uma prova de que "nem tudo esta bem no reino da Dinamarca". Apesar dos grandes investimentos que o Governo vem fazendo, como a construção de um Centro de Feiras e Eventos, escolas profissionalizantes, delegacias, o investimento no combate à pobreza não vem gerando resultado positivo.
"Não adianta evoluir em áreas econômicas, construir Centro de Convenções, hospitais regionais, melhorar as delegacias, se o Governo não consegue melhorar esses indicadores de pobreza", analisou.
Férrer alerta que a medida em que se é negado direitos básicos a essas pessoas que vivem miseravelmente, elas buscam tirar dos que tem para, então, sobreviver. Por isso, defende a necessidade de cobrar do Governo melhores indicadores no combate à miséria no Estado.
Mudando
O líder do Governo na Casa, deputado Antônio Carlos (PT), pontuou que o legado de pobreza deixado por governos passados ainda existe no Ceará, porém disse que esse quadro vem mudando. Ele alega que viaja por todo o Estado e percebe haver uma melhoria na qualidade de vida dos cearenses.
"A quantidade de invasão das cidades pelos trabalhadores diminuiu e houve a construção de escolas profissionalizantes. Os agricultores também melhoraram suas condições de vida, com os programas de transferência de renda do Governo Federal e com os programas do Governo do Estado", avaliou.
Para o deputado Dedé Teixeira (PT), é necessário debater as interpretações do Ipea. Além disso, alerta que de 2008 para cá, muita coisa mudou. "Nós precisamos aprofundar esses dados porque temos a convicção, nós que visitamos o Interior, que o Ceará, ao longo dos últimos anos, tem melhorado".