Atendendo a convite do presidente da Casa, deputado Zezinho Albuquerque (Pros), o secretário de Recursos Hídricos, Francisco Teixeira, e o coordenador de agricultura familiar da Secretaria de Desenvolvimento Agrário, Itamar Marques, fizeram um diagnóstico da situação hídrica do Estado e destacaram os projetos desenvolvidos pelas respectivas pastas.

Francisco Teixeira declarou que este é o quarto ano de seca, só tendo sido registrado período similar de 79 a 83, quando houve a sequência de cinco anos com poucas chuvas. “Há regiões do Estado em que há chuvas abaixo da média desde 2010. Ou seja, seis anos de seca”, pontuou.  “Esta é a menor reserva de água acumulada no Estado desde 1980. Temos menos de 20% do total, pouco mais de três bilhões de metros cúbicos de capacidade de reserva hídrica. Dessas reservas, 60 a 70% estão concentradas no Castanhão e Orós”.

Segundo o secretário, este ano houve aporte de apenas 550 milhões de metros cúbicos para uma capacidade de acúmulo de 18,8 bilhões de metros cúbicos. “Em 2012 choveu menos de 400 mm, mas houve um aporte de 920 milhões. No ano passado foram aportados 1,2 bilhões”, frisou. “Em junho de 2014 havia 22% da capacidade de reserva hídrica, e hoje são 19,6%”.

“Temos de conviver com esse volume até o próximo período chuvoso, inclusive para abastecer Fortaleza. São 32 reservatórios no volume morto e 71 açudes abaixo de 10% da capacidade, quase volume morto”. O secretário acrescentou que a seca agora atinge as sedes urbanas, o que não aconteceu nos anos anteriores.

O titular da Pasta informou ainda as ações estruturantes e de recursos hídricos que estão sendo desenvolvidas. “A construção de adutoras está sendo limitada pela escassez das reservas, e sobra como alternativa básica a perfuração de poços”. “A água encontrada é, na maioria das vezes, salobra. Temos de implantar dessalinizadores. Já foram definidas 300 locações para cavar poços, onde há fratura na rocha, o que aumenta a possibilidade de acerto”, disse.

Teixeira frisou que, em quatro meses, foram construídos 289 poços. A meta é construir 700 poços, que possam assegurar o índice de 80 litros de água por habitante/dia.

O gestor ressaltou que já estão sendo assistidas 222 comunidades rurais, por meio do programa. “São 563 sistemas na área rural, e 700 em áreas urbanas. Ao todo, são 1.500 sistemas a serem feitos até o final do ano. Em breve haverá pregão eletrônico, com mais recursos alocados para contratar mais 800 sistemas”, frisou.
 
Teixeira informou ainda que há 30 sedes urbanas sendo beneficiadas com  as adutoras de engate rápido, que são realizadas em reservatórios que tenham água suficiente para um ano, pelo menos. “São 190 km de adutoras que serão construídas, que se somarão aos mais de 760 km já construídos nos últimos dois governos. Foi também feita uma adutora a partir do Eixão das Águas, para atender o município de Morada Nova, que entraria em colapso”, disse.

Outro trabalho realizado pela Pasta é a limpeza dos espelhos de água nos canais, já que há uma grande proliferação de algas, por conta do calor.                                          
JS/CG