Você está aqui: Início Últimas Notícias Comissão recebe diretor geral do HGF e aprova realização de audiências
Conforme informou Carlomano Marques, a iniciativa faz parte de uma série de eventos realizados pelo Colegiado com o objetivo de identificar os gargalos existentes na área do atendimento médico e de cirurgias. O parlamentar assinalou que a intenção é realizar um diagnóstico do setor, que será apresentado ao Governo do Estado e à Prefeitura.
Durante a reunião, o médico Romero Esmeraldo explicou que cerca de 70% dos serviços realizados pelo hospital são de cooperativas. Segundo ele, esse procedimento encarece os custos em cerca de 80%, em relação aos gastos com os servidores públicos. O diretor disse que é necessária a realização de concursos para que o custeio possa ser reduzido.
“Além do custo mais alto, os médicos cooperados não promovem um atendimento no mesmo nível dos contratados. O profissional que dá o plantão em um dia não retorna no dia seguinte, sendo substituído por outro médico. Assim, não há a relação paciente/médico que existe quando o profissional é do quadro do hospital”, frisou o diretor.
Romero esclareceu que, na gestão anterior, o HGF contratou 32 leitos de retaguarda no Hospital Fernandes Távora, porém, atualmente, não há recursos para o custeio desses leitos. Além disso, todo o suporte ao paciente nessa unidade hospitalar é também custeado pelo HGF, desde o soro até a enfermeira que acompanha o paciente, gerando dificuldades financeiras para o hospital do Estado.
Carlomano Marques considerou ainda que é necessário reunir todos os números do orçamento para encaminhar ao Governo do Estado e à Prefeitura de Fortaleza, que também tem obrigação com o funcionamento do hospital de referência. Além disso, segundo ele, é preciso buscar, no Ministério da Saúde, a verba complementar, já que os atendimentos de alta complexidade são de responsabilidade da União.
O deputado Antônio Granja (Pros) ponderou que, há 12 anos, para cada real investido na área de saúde pelo Estado, o Governo Federal também destinava um real. Hoje, essa relação caiu de um para quatro. “O maior problema é o recurso insuficiente para o custeio. Além disso, o Ceará recebe menos que o Paraná, que é um estado mais rico e que tem problemas bem menos graves que o nosso Estado”, ponderou.
Os parlamentares aprovaram, na reunião, requerimentos para a realização de audiências públicas. A deputada Fernanda Pessoa (PR) solicitou a realização de audiência pública sobre a síndrome do autismo, o deputado Heitor Férrer (PDT) quer debater a Esteira Transportadora da Termelética do Pecém, enquanto o deputado Agenor Neto (PMDB) propõe discutir a situação da saúde na região Centro Sul do Ceará.
Já o deputado Carlos Matos (PSDB) propõe audiência pública para a apresentação do Plano Emergencial da Saúde do Estado. O deputado Capitão Wagner (PR) sugere, em requerimento, a visita do médico Carlile Lavor, ex-secretário de Saúde do Estado, à Casa. A mesma solicitação foi feita pelo deputado Carlomano Marques.
Participaram da reunião ainda os deputados Leonardo Pinheiro (PSD), Dra. Silvana (PMDB), Antônio Granja, Roberto Mesquita (PV), Lulcívio Girão (PMDB), Fernanda Pessoa, Agenor Neto (PMDB), Carlos Felipe (PCdoB), Fernando Hugo (SD), Carlos Matos e Audic Mota (PMDB).
JS/AT