Após oficializada a fusão nacional entre PSB e PPS, a nova etapa do processo deve tratar das articulações estaduais. O trabalho deve ser mais árduo. No Ceará, PPS e PSB estiveram do mesmo lado na disputa eleitoral de 2014, mas estão em posições opostas quando o assunto é eleição municipal, pleito que se repetirá em breve.
O presidente do PPS no Ceará, Alexandre Pereira, afirma que a legenda aguarda orientação nacional para começar os diálogos oficiais. A reunião com as lideranças cearenses, sob orientação de executiva nacional dos partidos, deve acontecer nos próximos dias. Mesmo assim, pontua que PPS e PSB têm boa relação. “Estivemos juntos na campanha de Campos (Eduardo Campos) e Marina (Silva) em 2014 e são dois partidos com histórico de luta na esquerda”, pontua Alexandre.
O primeiro desafio entre as siglas está diante das expectativas para as eleições municipais de 2016. No último pleito, em 2012, Pereira foi candidato a vice-prefeito na chapa do deputado estadual Heitor Férrer (PDT), mas, no segundo turno, migrou para a base de apoio do atual prefeito Roberto Cláudio (Pros) que, à época, era do PSB. Alexandre é, hoje, presidente do Conselho Gestor de Parcerias Público-Privadas da Prefeitura.
Apesar da ligação com o prefeito e com o grupo políticos dos irmãos Cid e Ciro Gomes, atualmente integrantes do Pros, o presidente do PPS se recusou a apoiar a candidatura do petista Camilo Santana (PT) ao Governo do Estado, em 2014, ainda que fosse o candidato de Cid. “Não nos aliamos de forma alguma com o PT”, frisa Alexandre.
Apoio a RC
Os Novais, que também são opositores ao PT, têm desavenças políticas com os Ferreira Gomes, embora já tenham integrado o mesmo partido. Em 2012, os Novais não apoiaram Roberto Cláudio e participaram da campanha do candidato do PT, Elmano de Freitas, indicado pela então prefeita Luizianne Lins (PT), com quem os irmãos têm afinidade.
Eliane afirma que existe o receio de Alexandre convidar Roberto Cláudio para o novo partido, já que o Pros pode ter dificuldade de fazer aliança com PT e PMDB, principais partidos do Estado. “O PSB tem essa barreira”, destaca a ex-deputada. Para Alexandre, “está cedo” para tratar das eleições municipais.
Quem presidirá o novo grupo após a fusão também deve gerar desentendimento. Eliane critica argumento de Alexandre, que defende a presidência para o PPS porque o partido tem representação política. Atualmente, a sigla conta com o deputado estadual Tomaz Holanda e o federal Moses Rodrigues. Já o PSB não conseguiu eleger candidatos em 2014 e tentará se reerguer em 2016, inclusive com a candidatura de Eliane à vereadora. (Jéssica Welma Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.)