A EXPLICAÇÃO NECESSÁRIAA Assembleia Legislativa precisa esclarecer para que servem as exóticas comissões, cuja existência formal foi revelada no O POVO de ontem pelo repórter Carlos Mazza, embora a existência de direito não tenha sido constatada. É R$ 1,2 milhão gasto ao mês com grupos e subgrupos destinados, por exemplo, a gerenciar o arquivo do memorial da Assembleia. E há mais de 37 servidores destacados para trabalhar em uma única sala cuja finalidade é receber demandas de escolas. Uma estrutura, convenhamos, gigantesca. E o custo final é milionário para o contribuinte.
A reportagem do O POVO percorreu a Assembleia em busca de resultado de trabalhos de alguns desses grupos. Encontrou surpresa e desconhecimento. Ninguém sabe, ninguém viu onde esse povo trabalha, embora o presidente Zezinho Albuquerque (Pros) garanta que as comissões existem e são atuantes. E mais, quer expandi-las.
Muito bem. Mas não basta dizer que existem. Conforme mostrou a reportagem de Carlos Mazza, há militantes partidários e parentes de parlamentares. É preciso comprovar que esses grupos não são de fachada – coisa que é muito comum em casas legislativas – já se viu na Câmara Municipal de Fortaleza e no Congresso Nacional.
Para o bem da Assembleia, é preciso comprovar que as comissões existem e produzem. E mostrar o que produzem. Afinal, estruturas que têm custo mensal milionário ao contribuinte precisam ter os resultados avaliados, para que se saiba qual a serventia. Esse esclarecimento é agora crucial para bem da própria imagem do Legislativo.