Filho de imigrantes italianos da cidade de Verona, Túlio nasceu em Santiago do Boqueirão (RS), cidade gaúcha na fronteira com a Argentina, e cresceu ouvindo tangos. Aos 13 anos, começou a tocar flauta, dando sequência ao aprendizado musical iniciado com uma gaita de boca, influência de um vizinho e amigo que tocava esse instrumento. Aos 15 anos, começou a tocar violão.

Túlio Simas Piva tinha estilo único de dedilhar o violão, sendo um dos pioneiros em desenvolver um samba com sotaque gaúcho e misturando as influências fronteiriças com o tango e o samba carioca.

A composição “Tem que ter mulata”, o maior sucesso da carreira dele, foi criada em 1940 e, depois de rejeitada em um dos inúmeros concursos da Rádio Nacional, foi gravada em 1955, tendo várias outras gravações, inclusive internacionais. Em 1956, o Conjunto Farroupilha gravou o samba, um de seus maiores êxitos, que teve inclusive gravações na Rússia, Estados Unidos e Venezuela.

Como era comum cantores de renome viajarem pelo País em busca de músicas inéditas para gravar, o “Samba-batucada” de Túlio ganhou fama. Elza Soares, Germano Mathias, Carmélia Alves, Francisco Petrônio, Luís Vieira, Noite Ilustrada, Caco Velho e muitos outros nomes ilustres do samba dos anos 1950 gravaram músicas dele. Apesar de ser considerado o segundo sambista gaúcho mais conhecido, depois de Lupicínio Rodrigues, gravou apenas quatro discos.

Brasilidade é produzido por Fátima Abreu e Ronaldo César e apresentado por Narcélio Limaverde e vai ao ar aos domingos, às 18h, com reprise nas terças, às 23h.
PE/GS