O Partido dos Trabalhadores (PT), que elegeu o petista Camilo Santana para ser o próximo governador do Estado do Ceará, organiza-se, agora, com apenas dois deputados estaduais -Elmano de Freitas e Moisés Braz - para planejar a atuação na Assembleia Legislativa cearense nos próximos quatro anos. Nenhum dos atuais representantes na Casa - Dedé Teixeira, Rachel Marques, Antônio Carlos e Professor Pinheiro - conseguiram a reeleição. Elmano de Freitas que fez seu capital político na eleição municipal de 2012, afirma que, dependendo da divisão dos cargos na Casa, como Mesa Diretora e comissões técnicas, tanto ele como Moisés Braz se revezarão na liderança do partido no Legislativo estadual.
“Vamos atuar de maneira muito unificada”, disse Elmano ao jornal O Estado, dando conta de que será a primeira vez na história do PT, que o partido organiza uma assessoria técnica da bancada para auxiliar no desempenho dos trabalhos. Questionado sobre como o partido se articula para desempenhar a defesa do governo petista na Casa, ressalvou que o trabalho será intercalado com o petista Moisés Braz. “A [nossa atuação] vai depender ainda das discussões de comissões, Mesa Diretora, vamos fazer isso conversando nós dois, o presidente do partido, e o governador Camilo”, pontuou.
FORÇA ADVERSÁRIA
Mesmo tendo contradições políticas com forças que apoiarão o futuro governo, como os Ferreira Gomes, Elmano de Freitas comporá a base governista na Casa. “Eu não concordo que todo mundo esperasse que eu fosse oposição. Acho estranho um deputado do PT não apoiar um governador do PT”, retrucou Elmano.
O governador eleito também diz entender a dinâmica da política com relação às alianças e formação da base. “Tenho contradições contra outras forças políticas que apoiam esse governo, como também tenho contradições com forças políticas que apoiam a Dilma. Nem todo mundo que apoia a Dilma é aliado nosso, nem na política no Estado, nem na política do Município”, ressaltou Camilo, justificando os governos de coalizão.
Segundo ponderou, o PT ganhou uma “maturidade política” para em um mesmo espaço atuar com forças adversárias. “Evidentemente que as posições de governo muitas vezes não serão as posições do PT, contudo, faremos nossas interferências com a bancada unida”, pontuou.