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Terça, 28 Outubro 2014 06:48

Coluna Política

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  Divisão dos eleitores e o instável equilíbrio dos eleitos Por motivos diferentes, Camilo Santana (PT) e Dilma Rousseff (PT) terão pela frente situação política mais instável do que houve no Ceará e no Brasil nos últimos quatro anos. Ambos representam a continuidade de projetos no poder, mas as respectivas oposições saem das urnas muito mais fortes do que eram antes. Governos, portanto, mais cobrados, desafiados, criticados, fiscalizados. Possivelmente, mais fracos eleitoralmente do que estavam antes das eleições. Os resultados mostraram eleitores fortemente divididos. A presidente reeleita teve 51,64% dos votos válidos. Mas 48,36% preferiram a oposição, ao escolherem Aécio Neves (PSDB). O governador eleito recebeu o apoio de 53,35% dos que optaram por um dos candidatos, mas 46,65% preferiram o opositor Eunício Oliveira (PMDB). As maiorias são ínfimas, frágeis. A sustentação é instável. E, quer saber, isso é bom. Se um governante tem forte adesão da população e consegue enorme maioria, mérito dele. Todos trabalham com esse objetivo e raros conseguem. Na maioria das vezes, as amplas maiorias. Porém, a população é plural, diversa, contraditória. É imprescindível para a política que haja partidos e forças políticas que representem essa multiplicidade e contemplem essas diferenças. Heterogeneidade essa que precisa se explicitar para o eleitor. Na maioria das vezes, as amplas maiorias construídas são artificiais, por não constituírem consensos sociais, mas conchavos oportunistas. É bom para a democracia que o eleitor tenha como alternativas partidos fortes, consistentes. Se essa força for reflexo de um programa consistente e de um pensamento com inserção perante a população, tanto melhor. Fundamental, também, para a democracia que haja sempre oposição vigorosa, capaz de se apresentar como alternativa real de poder. Ao governante, cabe ser capaz de dialogar com esses setores que os críticos da administração representam. Quando se fala em governo forte, muitas vezes se refere ao poder político capaz de evitar o diálogo, atropelar divergências, passar o trator – como se diz no jargão político – e impor sua vontade independentemente de críticas e resistências. É importante que os eleitos tenham força, além da vontade, de contrariar interesses, caso contrário jamais fará coisa alguma de relevante. Porém, isso não pode se tornar numa supremacia tal que permita atropelar o diálogo e fazer o que bem entender. PRESSÕES QUE VÊM DE DENTROHá muitos aspectos delicados no equilíbrio político que aguarda Camilo Santana. Ele é filiado ao PT, mas foi escolhido pelo governo do Pros para sucedê-lo. Para impor essa decisão, o governador Cid Gomes teve de atropelar pretensões de alguns dos líderes mais influentes de seu próprio partido. Por isso, o petista entra no governo como credor do principal aliado. Mais que isso, não terá nem de longe a ascendência de Cid sobre o grupo que foi principal responsável por sua vitória. Assim, Camilo será muito mais alvo da pressão do Pros do que foi o atual governador. Por outro lado, o PT não se vê plenamente representado em Camilo. Durante a campanha, sempre que perguntado se, caso eleito, faria um governo mais com cara de qual dos partidos, respondia que seria o governador de uma coalizão. Aliás, na condução da candidatura, o protagonismo do Pros foi sempre maior que o petista. Mesmo arrecadação de dinheiro de empresas que optaram por doar por intermédio do partido muitas vezes foi enviada via Pros, não pelo PT, para a campanha. Assim, o governador eleito também não tem o controle absoluto do próprio partido. Não é, ao menos até aqui, o principal líder do PT no Estado. De modo que ele também não tem total controle sobre os petistas, que anseiam por espaços generosos na administração. Precisará de habilidade para manter esse equilíbrio. O DESAFIO DE FORTALEZAÉ da natureza do poder, passada uma eleição começa a se falar em outra. De imediato, o resultado de domingo sinaliza preocupações para o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (Pros). Apoiado pelo prefeito, Camilo teve 176 mil votos a menos que Eunício Oliveira na Capital. O resultado ruim não foi isolado. O petista sofreu derrotas significativas em quase toda a Região Metropolitana de Fortaleza. Mas o sinal seguramente não é positivo para o prefeito. O BOM SINALHoras antes de ter a vitória confirmada, Camilo apontou como um de seus desafios a área de cultura e reforçou a promessa de quase quintuplicar investimentos. A sinalização é ótima. Esse setor é patinho feio de quase todo governo. Não tenho recordação de outro governador que tenha apontado esse setor entre suas prioridades, ainda mais no dia da eleição. E há uma diferença em relação aos outros dois desafios mencionados – segurança e saúde. Nesses, o governador eleito defendeu o que foi feito. Na cultura, não dá para dizer o mesmo. O governo Cid Gomes falhou nessa área, nunca investiu de forma significativa, nunca tratou com o peso estratégico que precisa ter. Durante a campanha, Tiago Santana, irmão de Camilo, foi o homem forte do comitê de cultura e conquistou adesões importantes. Entre os conhecidos, alguns duvidam que o próprio Tiago aceitasse o convite para ser secretário. Mas há a tradição do grupo Ferreira Gomes de nomear irmãos para o primeiro escalão.
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