Guálter George, editor- executivo de Conjuntura
Foi um debate quente, bem quente, o promovido ontem pelo Grupo de Comunicação O POVO. Eunício Oliveira e Camilo Santana ficaram frente a frente, pela primeira vez no segundo turno, e se mostraram afiados para a troca de ataques que costuma caracterizar esse momento da campanha. Comparando-se ao comportamento que os dois tiveram nos debates do primeiro turno, dá para dizer que ambos melhoraram. Bom mesmo, porém, é o fato de tudo ter-se mantido no limite do que pede o nível civilizado de um confronto democrático. Apesar dos termos duros de um contra o outro, quase todo o tempo, nenhum pedido de direito de resposta foi apresentado, o que parece um bom sintoma de que o nível da discussão se manteve dentro do pedem as regras civilizatórias. É evidente que Camilo buscou se desvincilhar da melhor maneira possível de temas mais espinhosos à sua campanha, como a crise na segurança pública e o que de novo ele pode apresentar para enfrentá-la, tratando-se de um candidato da continuidade. Eunício, por seu lado, expõe dificuldades extras de convencimento no seu forte discurso oposicionista pelo vínculo à gestão Cid Gomes até outro dia, inclusive com direito a indicar secretários. É do jogo que as fraquezas, incoerências e dificuldades de cada um sejam exploradas e momentos como o da noite passada, do olho no olho, são importantes para ajudar o eleitor no decisivo momento que se aproxima.