Jorge Goulart, nome artístico de Jorge Neves Bastos, nasceu em Vila Isabel, no Rio de Janeiro, em 1926. Filho do conhecido jornalista Iberê Bastos e da cantora Arlete Neves Bastos, que abandonou a carreira após o casamento, neto do Visconde de Niterói, fez o curso ginasial no Colégio Pedro II, onde começou sua participação política. Nesta época, optou pela carreira artística. Ganhou o primeiro prêmio no programa Escada de Jacó, do Professor Zé Bacurau.
Começou a cantar antes dos 18 anos. Aumentou a idade para cantar em circos e dancings. Através do pai, que escrevia sobre o mundo dos espetáculos, teve contato com os nomes em evidência. Foi levado à rádio Tupi pelo cantor Petra de Barros. Na época, por sugestão da atriz Heloísa Helena, passou a adotar o sobrenome Goulart, tirado de um fortificante, o Elixir de Inhame Goulart, bem de acordo com sua voz possante.
Em 1943, conheceu o compositor Custódio Mesquita e passou a divulgar, com exclusividade, suas músicas. Entre as quais estava o samba “Saia do Caminho”, parceria com Ewaldo Ruy, que gravaria, em 1945, na RCA-Victor, mas não chegou a ser lançada. Custódio morreu e Ewaldo preferiu fazer pequenas alterações na letra para que fosse gravada por Aracy de Almeida.
Durante quatro anos, o cantor ficou longe do disco. Se a atuação nas rádios Tupi, Globo e Tamoio não rendia muito, no espetáculo Um Milhão de Mulheres, no Teatro Carlos Gomes, durante dois anos, foi figura destacada e com rendimento muitas vezes superior.
Com o fim do espetáculo, voltou às casas noturnas, até ser levado pelo compositor Wilson Batista para a Continental onde gravou duas músicas dele para o Carnaval de 1950: “Miss Mangueira”, com Antônio Almeida e “Balzaquiana”, com Antônio Nássara. Essa marcha o Brasil inteiro cantou e foi segundo lugar, na categoria, no concurso oficial de músicas carnavalescas.
Produzido por Fátima Abreu e Ronaldo César e apresentado por Narcélio Limaverde, Brasilidade vai ao ar aos domingos, a partir das 18h, com reprise nas terças, às 23h.
WR/AT